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Avaliação de preditores de mortalidade e eventos coronarianos nos pacientes em diálise peritoneal

Andreíza Mara Gomes Lana, Caroline Ferreira da Silva Mazeto Pupo da Silveira, Fabrício Moreira Reis, Nayrana Soares do Carmo Reis, Victor Senise Nascimento, Alejandra Del Carmen Villanueva Maurício, Rodrigo Bazan, Pasqual Barretti, Luis Cuadrado Martin, Silméia Garcia Zanati Bazan
FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - - SP - BRASIL

Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) representam um grande problema de saúde pública, com alta incidência e custo. Nesse grupo, a mortalidade geral é cerca de 20% ao ano, principalmente cardiovascular. Dentre os fatores de risco cardiovasculares, está a calcificação vascular, avaliada por meio do escore de cálcio das artérias coronárias (CAC). Não é, porém, de fácil acesso. Na DRC em terapia renal substitutiva, o tamanho do átrio esquerdo (AE) ao ecocardiograma foi associado à ocorrência de isquemia silenciosa. Na literatura existem poucas evidências relacionando o tamanho do AE com o CAC ou com eventos cardiovasculares e mortalidade, principalmente na diálise peritoneal (DP).Objetivos: Avaliar preditores de mortalidade e eventos cardiovasculares nos pacientes em DP, com enfoque na sensibilidade e especificidade de variáveis ecocardiográficas quando comparadas ao método de CAC e verificar a relação entre o tamanho de AE ao ecocardiograma e outras variáveis analisadas.Métodos: Estudo de coorte, em pacientes com DRC em DP na unidade de diálise de um hospital terciário. Foram avaliados dados demográficos e clínicos, análise bioquímica, cálculo do Kt/V peritoneal semanal e função renal residual, CAC, avaliação Doppler-ecocardiográfica, avaliação ultrassonográfica das artérias carótidas, avaliação da rigidez arterial e avaliação do estado de hidratação. Resultados: Foram avaliados 44 pacientes captados entre março de 2018 e agosto de 2019, com média de idade de 53,6 ± 13,9 anos e tempo médio de seguimento de 38,18 ± 12,95 meses, sendo alocados segundo ocorrência de eventos maiores nos grupos: EVENTO (n=25) e LIVRE (n=19). A avaliação do volume do AE indexado apresentou diferença significante, firmando-se como preditor para eventos cardiovasculares (p=0,005, RR: 10,975) e com valor para predição de desfechos inferior ao da diretriz atual (29,97mL/m2). Comparando os grupos quanto ao volume de átrio esquerdo indexado, utilizando dois valores de corte (34 e 29,97 mL/m2), notou-se que um maior átrio esquerdo esteve relacionado a disfunção diastólica, maior volemia e rigidez arterial.Conclusão: O volume do AE indexado aferido ao ecocardiograma atua como preditor para desfechos cardiovasculares e mortalidade geral. Assim, o ecocardiograma mostrou-se ferramenta útil para o melhor seguimento desses pacientes e otimização de tratamento clínico, a fim de reduzir desfechos desfavoráveis. Apoio: CNPq: 311272/2022-3; FAPESP: 2023/00160-0.

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