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Impacto de um programa de cuidados na melhora da congestão e do autocuidado em pacientes com insuficiência cardíaca

Eduesley Santana-Santos, Silva, WA, Silva, LS, Marques, CRG, Vieira, RCA, Fonseca, CD, Andrade, MAB
Universidade Federal de Sergipe - UFS - Aracaju - SE - Brasil, Translational Research and Critical Care Group- TReCC Group - Aracaju - SE - Brasil, UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: a insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa que apresenta elevada morbimortalidade. Em razão da alta morbimortalidade relacionada à IC, programas de gerenciamento da doença constituem uma forma de abordagem para o atendimento ao paciente na visão de melhoria da adesão ao regime terapêutico proposto. Esses programas devem proporcionar mudanças no estilo de vida e garantir aprimoramento do autocuidado e conhecimento da doença.  Objetivo: analisar o impacto de um programa de cuidados na melhora da congestão e do autocuidado em pacientes com IC. Método: trata-se de um estudo piloto de um ensaio clínico randomizado e controlado cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos sob o número RBR -8dymr8 e norteado pelo checklist CONSORT. O estudo foi conduzido em seis hospitais de Sergipe. Foram incluídos todos os pacientes admitidos por descompensação da IC. As ações de autocuidado foram avaliadas por um instrumento validado e a mensuração da congestão pelo escore clínico de congestão. Amostras para dosagem do NT-próBNP foram coletadas na alta hospitalar e 60 dias após. O grupo intervenção (GI) recebeu orientações específicas para alta pelos pesquisadores. Após a alta o GI recebeu visitas domiciliares após 7, 30 e 60 dias. Pacientes do grupo controle (GC) receberam as orientações padrão de cada instituição no momento da alta e somente uma visita domiciliar após 60 dias. Pacientes de ambos os grupos receberam ligação telefônica de acompanhamento após 15 e 45 dias da alta hospitalar. O estudo foi aprovado pelo CEP da Universidade Federal de Sergipe. Resultados: foram incluídos 21 pacientes no GI e 30 no GC. Não foram observadas diferenças entre os grupos em relação às características clínicas. No GI observou-se uma redução de 81% (0,29 (IC95% 0,05, 1,53; p=0,14)) na congestão entre as visitas domiciliares, quando comparado ao GC e um incremento de 20 pontos (IC95% 7,6, 32; p=0,0021) no autocuidado entre as visitas domiciliares quando comparados ao GC. Os pacientes do GI apresentaram 23,9  vezes mais chance de estar em manutenção do autocuidado adequado (IC95% 1,86-308; p=0,015) entre as visitas domiciliares, quando comparado ao GC. Não se observou diferença significante entre os grupos para o NT-próBNP avaliado na alta e 60 dias após. Conclusão: neste estudo piloto, a utilização de um conjunto de orientações direcionadas associadas às visitas domiciliares e contato telefônico, foram capazes de reduzir a congestão e melhorar o autocuidado dos pacientes.

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