INTRODUÇÃO: A má reperfusão miocárdica devido à embolização distal e obstrução microvascular após intervenção coronária percutânea (ICP) está associada ao aumento do risco de morbi-mortalidade dos pacientes com IAM. A aspiração mecânica sustentada quando comparada a aspiração manual pode mitigar esse risco e melhorar os resultados em trombos maiores e mais organizados. OBJETIVO: apresentar um caso com uso alternativo do cateter de aspiração mecânica contínuo em paciente admitido em fase sub aguda de IAM anterior com trombo denso. MATERIAIS E MÉTODOS (Relato de Caso): A.C.T. 52 anos, masculino, alcoolista, com ablação prévia admitido com IAM anterior evoluído, encaminhado para cateterismo cardíaco que mostrou sub oclusão de DA com grande carga trombótica e fluxo distal lento (TIMI I). Como o paciente permaneceu estável, optou-se pela “tetra terapia anti-trombótica” (heparinização plena, dupla anti agregação plaquetária e inibidor de glicoproteína IIBIIA) por 48h e posterior re-estudo armado com cateter de aspiração contínuo e possível angioplastia coronariana. Dessa forma, 72 h após foi submetido a nova intervenção ainda com importante carga trombótica, sendo aspirada com sucesso pelo Sistema de Aspiração Contínuo “Indigo CAT RX”, proporcionando assim a entrega segura do stent no terço proximal de DA com sucesso (TIMI III / Blush III). RESULTADOS: Cateteres de aspiração de trombos têm sido utilizados em 15% das ICPs primárias, geralmente nos IAM de maior extensão e com maior carga trombótica. Apesar da maior gravidade clínico-angiográfica desses pacientes, o sucesso do procedimento é alto e semelhante ao dos demais pacientes de menor risco. Os cateteres de aspiração contínuos normalmente utilizados nas embolias pulmonar e periféricas, também podem ser utilizados em pacientes com anatomia coronariana favorável (calibrosa) e presença de trombos organizados, sendo seus resultados superiores aos cateteres de aspiração manuais convencionais conforme os resultados do estudo CHEETAH. A associação com IIB IIIA e nitrato intra coronário ao protocolo padrão, apesar de um risco maior de sangramento e hipotensão, melhoram sobremaneira as taxas de reperfusão/patência do vaso além da redução dos fenômenos de slow/no-reflow. CONCLUSÃO: O uso da trombectomia contínua de trombos mais estruturados, associados a farmacologia correta, pode melhorar o prognóstico pós IAM e suas consequências fatais, como no caso apresentado.