Introdução: O horário das refeições é um ramo emergente que investiga a influência dos padrões alimentares no ritmo circadiano e na saúde geral. Ainda há divergências na literatura se as janelas alimentares poderiam impactar no ganho de peso e nos marcadores bioquímicos. Nesse sentido, os objetivos desta pesquisa foram: 1- Avaliar o impacto de intervenções nutricionais no peso, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), glicemia de jejum (GJ) e hemoglobina glicada (HbA1c) entre 0 e 12 meses no Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2); 2-Observar a omissão do café da manhã e os distúrbios do sono, e também analisar a influência dos mesmos na antropometria e marcadores bioquímicos. Métodos: Este estudo experimental e observacional recrutou 44 participantes com DM2. As avaliações foram realizadas em outubro de 2022 e 2023. A avaliação nutricional consistiu em prescrição de um plano alimentar personalizado (dieta mediterrânea e DASH). Análise estatística: Para as variáveis “hábitos de café da manhã”, “despertares noturnos” e “duração do sono”, os números de participantes foram convertidos em percentuais do total de indivíduos. Para avaliar a influência do hábito de tomar café da manhã e dos distúrbios do sono nas variáveis quantitativas, foram calculadas variações entre o 0º e o 12º mês entre os participantes que tinham ou não o hábito de tomar café da manhã e tinham ou não distúrbios do sono. As variáveis paramétricas foram comparadas pelo teste t não pareado e as variáveis não paramétricas pelo teste de Mann-Whitney. Os dados paramétricos foram apresentados por média ± desvio padrão e não paramétricos por mediana ± intervalo interquartil, ambos acompanhados da dispersão de todas as repetições. Foram adotados α<0,05 e P<0,05. Resultados: Foram encontradas reduções significativas entre o 0º e 12º mês da GJ, HbA1c, IMC, CC e peso (p<0,0001). Nos hábitos do café da manhã, no 1º mês 77,3% dos participantes que pularam esta refeição, reduziram para 13,6% no 12º mês. Para a duração do sono, no 1º mês 90,9% dos participantes dormiram menos de 6 horas, reduziram para 40,9% no 12º mês. Para despertares noturnos, 70,5% dos participantes tiveram pelo menos 1 despertar no 1º mês, reduziram para 54,5% no 12º mês. Para análise de influência, não foram encontradas diferenças significativas entre alterações de peso, IMC, CC, HbA1c e GJ no hábito de café da manhã ou distúrbios do sono. Conclusão: O manejo nutricional melhorou os dados antropométricos, bioquímicos, regulou a janela alimentar, reduziu os despertares noturnos e otimizou a duração do sono no DM2.
