INTRODUÇÃO - A fragilidade é caracterizada por pacientes vulneráveis fisiologicamente a fatores de estresse, trazendo fraqueza muscular, fadiga, perda de peso não intencional, falta de resistência e diminuição da velocidade da marcha, interferindo nas atividades cotidianas. Achados recentes demonstram que, além das comorbidades e disfunções de órgãos específicos, o fenótipo da fragilidade deve ser considerado um fator importante para avaliação do risco operatório. Estudos relacionam a fragilidade com eventos clínicos adversos no período pós-operatório (PO), demonstrando que pacientes considerados frágeis estão mais suscetíveis a desfechos como declínio funcional, eventos cardíacos e aumento da morbidade e mortalidade4. Individuos não idosos submetidos à cirurgia cardíaca apresentam quadro clínico compatível com fragilidade, com desfechos pós-operatórios menos favoráveis. Esse estudo buscou avaliar a fragilidade prévia dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, correlacionando com as condições no momento pós-cirúrgico. MÉTODO - Estudo de caráter observacional descritivo e prospectivo. Amostra composta de 48 indivíduos internados em unidade coronariana (UCO). Os voluntários assinaram termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Critérios de inclusão foram: ambos os sexos e maiores de 18 anos. Foram excluídas as pessoas com distúrbios cognitivos e dificuldade de compreensão que impossibilite a realização dos testes. Análise Estatística - Utilizamos médias e desvios padrões ou mediana e intervalos interquartis, a depender da distribuição amostral realizada através do teste de Shapiro Wilk. O nível de significância alfa adotado foi de 5%. Utilizamos o programa SPSS 21. Intervenções - Realização da dinamometria pré e pós operatório; Levantamento dos fatores de risco para fragilidade pré-operatória através da aplicação da Escala de Fragilidade Clínica. RESULTADOS - No período, 60 indivíduos foram submetidos a cirurgia cardíaca, no entanto, 48 indivíduos aceitaram participar do estudo, não houve perda amostral. Dados demográficos, como idade, sexo e comorbidades, estão resumidos na tabela 1. Na tabela 2, podemos ver que os cinco indivíduos da amostra, que evoluíram com o desfecho óbito, foram classificados com grau de dependência variando entre vulneral ou levemente frágil, na escala de fragilidade clínica. CONCLUSÃO - A escala de fragilidade clínica foi capaz de prever complicações no pós operatorio. É possível estabelecer uma relação entre o grau de fragilidade pre cirúrgico e o risco de complicações, incluindo óbito, no período pós-operatório.