Introdução: A Doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença progressiva, de alta mortalidade e morbidade. O conhecimento de preditores clínicos, ecocardiográficos e laboratoriais de desfechos desfavoráveis podem auxiliar na detecção de pacientes com maior gravidade da doença e implementação de estratégias terapêuticas. Objetivo do trabalho foi conhecer perfil clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e correlacionar com marcadores de desfecho desfavorável como morte e internação por exacerbação Métodos: Estudo prospectivo longitudinal em pacientes do ambulatório de pneumologia de hospital universitário que foram submetidos à avaliação clínica com anamnese e exame físico, espirometria, ecocardiograma transtorácico e coleta de exames laboratoriais, como D-dímero, N terminal pró-peptídeo natriurético tipo B (Nt-proBNP), cortisol, proteína C reativa (PCR) e PCR ultrassensível (PCR-s). Foi avaliada a qualidade de vida e os pacientes foram acompanhados quanto à presença de desfecho desfavorável por 1 ano de seguimento. Resultados: Foram incluídos 228 pacientes com idade média 71± 9 anos, 72% ex-tabagistas e 28% tabagistas ativos. 66,3% hipertensos e com fração de ejeção do ventrículo esquerdo 53±23%. Houve correlação entre níveis elevados de PCR sérico e menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo e níveis elevados de PCR-s e maior massa indexada do ventrículo esquerdo. Na análise da Curva Característica de Operação do Receptor (curva ROC) valores de volume indexado do átrio esquerdo > 37 ml/m2 apresentaram área sobre a curva (AUC) de 0,9, 100% de sensibilidade e 70% de especificidade no desfecho internação. Valores de PCR > 7,9pg/mL apresentaram AUC de 0,72, 60% de sensibilidade e 78,3% de especificidade e de Nt-proBNP > 779,8 AUC de 0,79, 75% e especificidade de 78,3 em relação ao desfecho internação. O teste de avaliação da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e a escala modificada de dispneia do conselho de pesquisa médica também apresentaram alta sensibilidade e especificidade na detecção de desfechos como óbito, internação e exacerbação dos sintomas. Conclusão: Houve correlação de biomarcadores (PCR e PCR-s) com marcadores ecocardiográficos e tanto valores de PCR, Nt-proBNP e VIAE apresentaram alta acurácia para detecção de necessidade de internação por exacerbação. Esses índices ecocardiográficos e laboratoriais são importantes para priorizar os indivíduos que necessitam de intervenção mais precoce e estratégias de reabilitação para a redução de desfechos desfavoráveis.