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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efeitos tardios do SARS-CoV-2 sobre parâmetros do controle autonômico cardiovascular em homens hipertensos

Naiara Chinellato, Ana Catarine Veiga, Anna Júlia Landucci, Giulia Andrade, Maria Eduarda Lodder, Hugo Celso Dutra de Souza
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é acompanhada de prejuízos na regulação autonômica cardiovascular, entre esses a redução na modulação autonômica da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), aumento na modulação simpática da variabilidade da pressão arterial (VPA) e menor sensibilidade barorreflexa são frequentemente observadas. Esses prejuízos podem ser ainda mais severos se o paciente tiver sido acometido pela COVID-19, uma vez que existem relatos que essa doença infecto-inflamatória parece também causar perturbações na regulação autonômica.  Objetivo: Investigar os efeitos tardios da COVID-19 sobre os parâmetros hemodinâmicos e autonômicos cardiovasculares em voluntários hipertensos. Métodos:  87 homens, de 35 a 55 anos foram distribuídos em dois grupos: hipertensos acometidos pela forma leve da COVID-19 há mais de 6 meses (N=47); hipertensos não infectados pela COVID- 19 ou assintomáticos (N=40). Os participantes foram submetidos aos seguintes procedimentos experimentais: avaliação antropométrica;registros da frequência cardíaca e pressão arterial para análise do controle autonômico cardiovascular; avaliação da aptidão cardiorrespiratória por meio da ergoespirometria. Resultados: Os grupos apresentaram diferenças apenas nos parâmetros hemodinâmicos, onde o grupo HAS-COV obteve maiores valores de pressão arterial sistólica (122 ± 14 vs. 128 ± 10 mmHg – p=0,010). Nas análises da VFC, o grupo HAS-COV apresentou maiores valores de RMSSD (22 ± 9 vs. 35 ± 17 ms – p<0,001), SDNN (34 ± 12 vs. 50 ± 17 ms – p<0,001), variância (1322 ± 858 vs. 2670 ± 1854 ms² – p<0,001), oscilações de baixa frequência (LF; 374 ± 272 vs. 795 ± 603 ms² – p<0,001) e oscilações de alta frequência (HF; 184 ± 128 vs. 445 ± 410 ms² – p<0,001). Por sua vez, as análises não lineares revelam que os valores de 0V foram significativamente maiores no grupo        HAS-COV (32 ± 13 vs. 38 ± 12 % – p=0,034), assim como maiores valores de SD1 (15 ± 6 vs. 25 ± 12 ms – p<0,001) e SD2 (31 ± 12 vs. 45 ± 15 ms – p<0,001) no gráfico de Poincaré, além de maiores valores de ApEn (1,3 ± 0,1 vs. 1,5 ± 0,1 – p<0,001). Na análise da SBR, o grupo HAS-COV teve maiores valores de ganho total (6,6 ± 2,4 vs. 9,7 ± 4,2 ms/mmHg – p<0,001), nas respostas bradicárdicas (6,8 ± 2,4 vs. 9,4 ± 3,9 ms/mmHg – p<<0,001) e respostas taquicárdicas (6,5 ± 2,5 vs. 9,9 ± 4,7 ms/mmHg – p<0,001). Conclusão: Os resultados sugerem que pacientes hipertensos acometidos pela Covid-19 apresentam em longo prazo aumento da modulação vagal cardiovascular. No entanto, a causa é incerta e necessita de mais investigações.

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