Introdução: A análise da variabilidade da frequência cardíaca é uma ferramenta não invasiva que permite a avaliação do controle automático do coração, permitindo assim a avaliação do comportamento do sistema simpático e parassimpático. Sabendo disso, trata-se de uma ferramenta importante na avaliação pós transplante renal, tendo em vista os acometimentos e adaptações cardiovasculares de transplantados.Métodos:Trata-se de um estudo observacional transversal realizado com 10 homens ativos fisicamente ativos transplantados renais (TR) (idade: 49,2± 7,3 anos, altura: 101,8± 9 metros, peso: 77 ± 18,2) e 10 homens ativos saudáveis (idade:25,71±3,14, altura: 1,77±0,56, peso:73,57±7,76). A coleta de dados de frequência cardíaca foi realizada por meio do cardiofrequêncímetro Windlink POLAR®, na postura supina. Para isso, a cinta de transmissão foi posicionada no processo xifoide do voluntário, e os voluntários foram posicionados em repouso com ambiente com isolamento acústico, controle de temperatura e luminosidade. Para obtenção dos registros de frequência cardíaca foi avaliado por meio do software da POLAR TRAINNER 5®, para analise correta dos dados, os batimentos ectópicos ou com erros de detecção foram identificados como artefatos e corrigidos. Após as remoções, os dados brutos foram inseridos no software PyBioS Biomedical Signal Analysis, para correções de artefatos que não foram identificados pela filtragem manual, e avaliação dos dados linares, nos domínios de tempo (rMSSD, SDNN, pNN50) e da frequência (HF, LF, VLF, LF/HF). A análise estatística foi realizada no software Statistical Package for Social Scienses por meio do teste Wilcoxon. Resultados: Em relação a avaliação do domínio do tempo, o grupo de transplantados renais (RMSSD 34,46 ± 28,18 ms, SDNN 29,46 ± 26,0 ms, pNN50 3,04± 4,95%) com diferença estatística para os valores de pNN50. Em relação ao domínio da frequência, os voluntários transplantados (HF 0,26±0,10 Hz, LF 0,06±0,02 Hz, VLF 0,03 Hz, LF/HF 1,85±1,52 ms²) obtiveram modulações do controle autonômico menores que os obtidos pelos voluntários saudáveis (HF 1,98±0,30 Hz, LF 1,03±0,08 Hz, VLF 1,37 Hz, LF/HF 1,16±0,67ms²).Conclusão: O controle autonômico do coração de pacientes transplantados pode apresentar-se reduzido comparativamente a indivíduos ativos, o que indicaria menor modulação parassimpática cardíaca e consequente redução do caráter protetivo cardíaco para transplantados renais.