INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada pela disfunção do músculo cardíaco. A determinação do risco e avaliação nutricional é desafiadora nesse grupo de pacientes, dada a presença de edema. O ângulo de fase (AF) obtido a partir da bioimpedância elétrica é um confiável preditor de prognóstico clínico pois independe do estado de hidratação daquele indivíduo. A medida da espessura do músculo adutor do polegar (EMAP) tem se mostrado na literatura uma boa ferramenta na avaliação do estado nutricional pois é uma medida direta da massa muscular, além de ser de baixo custo, facilmente aplicável e não invasiva. O objetivo principal do estudo é verificar se há relação entre o AF com a EMAP em pacientes com IC em unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital terciário em São Paulo. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caráter transversal tendo a população os pacientes com IC internados em UTI. Obteve-se o AF pela relação resistência/reactância a partir do exame de bioimpedância elétrica, realizado com equipamento tetrapolar. A medida da EMAP foi obtida pelo posicionamento de adipômetro posicionado no vértice imaginário entre a extensão do polegar e do indicador, na mão dominante. As medidas foram comparadas com ferramentas de risco nutricional (Nutritional Risk Screening 2002) e de avaliação nutricional (Avaliação Subjetiva Global) e exames bioquímicos. Testes de correlação de Pearson e Spearman foram realizados de acordo com a distribuição das variáveis. Adotou-se valor de p<0,05. RESULTADOS: Foram avaliados 42 pacientes com idade média de 57,9 anos. Em relação ao diagnóstico nutricional, 50% dos indivíduos foram classificados como eutróficos, e 16,8%, como baixo peso, segundo o Índice de Massa Corporal. Não foi observada correlação estatisticamente significante entre EMAP e AF com a ferramenta de risco nutricional. Foi observada uma correlação negativa entre AF e a Avaliação Subjetiva Global (ρ = -0,311, p = 0,04). A variável EMAP não apresentou correlação significativa com AF (ρ = -0,067, p = 0,67). CONCLUSÃO: Conclui-se que a EMAP não apresentou correlação com AF na população estudada. Há necessidade de estudos com maior poder amostral para elucidação da correlação entre as medidas.