Avaliação de pacientes internados por COVID - 19 com lesão miocárdica em um hospital terciário no interior do estado de São Paulo
Laura Pereira dos Santos , Gabriela Accorsi Bonilha , André Biondi Cunali, Ana Victória de Araújo Lustosa, Bruno Risso Venturelli, João Pedro Mirandola Hervatin, Jonas Amsei Saloio, Thayná Lima Del Bianco Hencizo, Me. Rui Pereira Caparelli de Oliveira
SANTA CASA - FRANCA - SP - BR
A infecção pelo novo coronavírus, Severe Acute Respiratory Syndrome Corona Virus type 2 (SARS-Cov 2), consite em uma doença infecciosa altamente contagiosa com manifestações predominantemente de trato respiratório, com inúmeros estudos publicados a partir da declaração da pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em fevereiro de 20201. A literatura carece, entretanto, de estudos acerca dos agravos ao sistema cardiovascular, embora diversas pesquisas demonstraram relação entre a infecção e o desenvolvimento de infarto agudo do miocárdio. Dessa forma, este estudo teve como objetivo correlacionar a presença de fatores de risco e infarto agudo do miocárdio, avaliada pela elevação da troponina no sangue periférico, em pacientes internados com a infecção pelo novo coronavírus e a letalidade. Estudo observacional, coorte retrospectivo, realizado através de revisão de 368 prontuários eletrônicos, no período de junho de 2020 até março de 2021 de pacientes internados em unidade de terapia intensiva com síndrome respiratória aguda grave e exame comprovando a infecção pelo SARS-Cov 2. O coeficiente de letalidade resultou em 47,9%. A presença de lesão miocárdica resultou em aumento da letalidade para 74,3%, ocasionando ao aumento de 4,69 vezes da chance de óbito, confirmada pelo cálculo do Odds Ratio (p < 0,01). Quanto a associação entre fatores de risco e hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, etilismo e doença renal crônica não houve diferença na letalidade, contrastando com a obesidade que se revelou como fator protetor com redução da mesma pelo teste do qui-quadrado (p = 0,015). Concluímos, portanto que o infarto agudo do miocárdio representa um marcador relevante de agressão durante a infecção pelo coronavírus, sendo necessário novos estudos para elucidar os mecanismos de lesão miocárdica por infecções virais desta e de outras classes de vírus.