Introdução: A atividade sexual é um importante aspecto da qualidade de vida, entretanto mais da metade das pessoas com insuficiência cardíaca compensada apresentam dificuldades com a função sexual e estão menos satisfeitas com sua sexualidade do que pessoas saudáveis. Objetivo: Avaliar a função sexual em pessoas com Insuficiência cardíaca. Método: Estudo observacional, prospectivo de corte transversal, realizado no ambulatório de Insuficiência Cardíaca da Universidade Federal de São Paulo. A amostra deste estudo foi composta por pessoas com Insuficiência cardíaca, com idade superior a 18 anos, classe funcional I e II da New York Heart Association. Não foram incluídos pacientes com barreiras de comunicação, pacientes que tiveram internação nas últimas 4 semanas, mulheres grávidas ou mulheres que estiverem amamentando. Para avaliação da função sexual foram utilizados os questionários FSFI (Female Sexual Function Index), e o questionário MSFI (Male Sexual Function Index). Os dados foram coletados por meio de uma entrevista realizada pela pesquisadora principal. A pesquisa foi submetida ao CEP da Universidade com aprovação sob o número parecer nº 5.465.301. Resultados: Na análise da função sexual feminina foi identificado um escore médio do instrumento FSFI de 13,65 pontos, com piores escores em relação a excitação e orgasmo e na análise da função sexual masculina o escore médio foi de 18,17 pontos com piores escores nos domínios de excitação sexual e ereção. Na análise complementar da função sexual, a maioria dos pacientes se consideravam sexualmente mais ativos antes do diagnóstico da IC (88,7%), quase metade dos pacientes (48%) referiram que os medicamentos estavam relacionados aos problemas sexuais vividos e 50,7% referiram problemas de ordem emocional que afetaram sua atividade sexual. Somente 22% dos pacientes receberam orientações de saúde por um profissional de saúde sobre a vida sexual na IC e apenas 27,3% disseram estar informados sobre os efeitos da Insuficiência cardíaca em sua vida sexual. Conclusão: Pessoas com IC tem função sexual prejudicada principalmente nos domínios excitação e ereção nos homens e excitação e orgasmo nas mulheres. O estudo também reforça a importância do aconselhamento sexual nas consultas de rotina, pois são frequentemente negligenciadas as orientações de saúde na vida sexual a essas pessoas.