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Uso da Ivabradina na Terapêutica de Pacientes Portadores da Síndrome da Taquicardia Postural Ortostática (POTS): Uma Revisão Sistemática

Melo, APG, Moretti MA, Chagas ACP
Faculdade de Medicina do ABC - Santo André - SP - Brasil

A POTS é caracterizada pela elevação de 30 bpm na FC de pacientes (ptes) maiores de 19 anos e 40 bpm em ptes com menos de 19 anos nos primeiros dez minutos em pé ou durante o teste de inclinação, acompanhada por sintomas de intolerância ortostática, mas sem hipotensão ortostática. Mais prevalente em mulheres entre 15 e 50 anos. Os sintomas, em geral, se iniciam na adolescência. Com fisiopatologia ainda pouco conhecida, seu tratamento é inespecífico e compreende o alívio dos sintomas. Não existe medicamento, aprovado pelo FDA, para o tratamento específico da POTS. O maior grau de recomendação é a IIb, que inclui ingesta de líquidos e sal, atividade física e o uso de alguns fármacos. Alguns estudos mostram que a ivabradina, um inibidor seletivo dos canais If de Na+, pode ser benéfica no tratamento desses ptes. Reduzindo a FC sem afetar outras funções. 

O objetivo foi avaliar a eficácia e segurança do uso da ivabradina no tratamento da POTS, e proporcionar um ambiente de discussão para a realização de outros estudos.

Uma revisão sistemática, pelo método PRISMA, de artigos originais nos quais a ivabradina foi administrada para tratar os sintomas da POTS. Utilizou-se os descritores “ivabradina” e “POTS” nas bases de dados pré-definidas. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão os artigos foram agrupados de acordo com a metodologia PICO.

De 52 artigos foram selecionados 8. Cinco eram artigos retrospectivos, 2 randomizados e um observacional. Os estudos retrospectivos envolveram 146 ptes, com predomínio do sexo feminino, 2 com idade média de 35 anos e 3 com ptes menores de 18 anos. Todos mostraram melhora dos sintomas (média 68%) e sem alteração do ECG por um período de seguimento que variou de 2 a 6 anos. A melhora dos sintomas esteve relacionada a idades mais baixas. Sem efeitos adversos importantes. Os 85 ptes dos estudos prospectivos tinham idade média de 33 anos e predominância de mulheres. A ivabradina controlou melhor as variações da FC em relação ao placebo, nas diversas posições. Não alterou a PA de repouso e nem o tônus vagal. Os ptes relataram melhora da qualidade de vida com a ivabradina, sem efeitos adversos significativos. Em todos os estudos, sobretudo nos retrospectivos, a interrupção do uso da ivabradina foi relacionada a não melhora esperada dos sintomas.

O uso da ivabradina no tratamento da POTS se mostra eficaz e segura, mesmo para os ptes mais jovens. Porém, um estudo randomizado, controlado e com um número maior de ptes seria necessário para que se aprovar a recomendação do uso da ivabradina nesses casos.

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