SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Eficácia do uso do balão intra-aórtico nos pacientes com insuficiência cardíaca avançada aguardando transplante cardíaco

Vanessa Bellini, Daniel Fatori, Fernanda de Mateo, Gabriel Loureiro, Milena Macatrão, Claudia Bernoche, Liliane Kopel, Silvia Lage
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O uso do balão intra-aórtico (BIA) como terapia de ponte para o transplante cardíaco (Tx) em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) avançada permanece em debate. O uso do BIA não se restringe ao choque cardiogênico pós infarto agudo do miocárdio e sua utilização como ponte para o Tx é uma perspectiva crescente. Objetivo: Avaliar os efeitos hemodinâmicos do BIA e sua eficácia em pacientes com IC avançada aguardando Tx. Métodos: Foram analisados, retrospectivamente, a partir de uma unidade de terapia intensiva de um centro terciário único, entre 2009 e 2020, pacientes com IC avançada com drogas vasoativas em doses otimizadas que necessitaram de passagem de BIA antes do Tx. Avaliaram-se variações da saturação venosa central de oxigênio (SVO2), lactato arterial, creatinina, débito urinário e uso de drogas vasoativas antes e 96 horas após a inserção do BIA. Pacientes com infarto agudo do miocárdio e implante de outros dispositivos de assistência ventricular mecânica antes do Tx foram excluídos. Resultados: Foram incluídos 199 pacientes (idade média de 46,5 ± 12 anos). A mediana do tempo de uso do BIA até o Tx foi de 20 dias. A fração de ejeção média do ventrículo esquerdo foi de 23,5 ± 5,9%, 53,7% dos pacientes apresentavam disfunção ventricular direita moderada a grave e a etiologia mais frequente foi doença de Chagas (47,2%, n=94). Antes da passagem do BIA, 97,47% dos pacientes estavam em uso de dobutamina, 19,29% de milrinone, 58,08% de nitroprussiato de sódio e 17,7% de noradrenalina. Os dados clínicos e laboratoriais foram comparados antes e 96 horas após a inserção do BIA. A SVO2 aumentou de 49,9% para 66,85% (p<0,001), o lactato reduziu de 21,91 mg/dl para 12,6 mg/dl (p<0,001), a creatinina reduziu de 2,04 mg/dl para 1,72 mg/dl (p=0,301) e o débito urinário aumentou de 1690,12 ml/24h para 2193,12 ml/24h (p<0,001). Essas diferenças foram mantidas até a véspera do Tx. O uso de nitroprussiato de sódio aumentou de 58,08 para 63,59% dos pacientes (p=0,154), e o uso de noradrenalina reduziu de 17,7% para 6,63% dos pacientes (p<0,001). Conclusão: O BIA melhora a perfusão tecidual e o estado hemodinâmico de pacientes com IC avançada e pode ser considerado um dispositivo eficaz como terapia de ponte para o Tx.

 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

44º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

30 de Maio a 01 de Junho de 2024