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Dissecção espontânea de coronárias: Apresentação com Infarto Agudo do miocárdio evoluindo com choque cardiogênico e necessidade de dispositivo de assistência ventricular

Lucas Aguiar Alencar de Oliveira, Ítalo Antunes Franzini, Wendelly Beserra Silva, Tatiana Carvalho Andreucci Torres Leal, Paulo Rogério Soares, Alexandre de Matos Soeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Dissecção espontânea de coronárias (SCAD) é uma causa de infarto agudo do miocárdio (IAM), que ainda apresenta diagnóstico e tratamento desafiadores. Relato de caso: Paciente de 30 anos, sexo feminino, tabagista ativa e com depressão, apresenta início súbito de dor precordial em aperto, sem irradiação, associada a sudorese. Em eletrocardiograma (ECG) da entrada observado supradesnível anterior de segmento ST, sendo realizado trombólise, porém sem critérios de reperfusão. Paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória, em ritmo de fibrilação ventricular, sendo reanimada por 5 minutos. Após retorno a circulação espontânea, evoluiu com necessidade progressiva de aumento de drogas vasoativas (DVA). Foi então transferida para serviço terciário, com ictus de 18 horas do início da dor. Ao exame físico, encontrava-se com pressão arterial média de 60mmHg, frequência cardíaca=130 batimentos por minuto, bulhas rítmicas normofonéticas e sem sopros, em uso de dobutamina, noradrenalina e vasopressina em doses elevadas. ECG evidenciava ritmo sinusal, ondas Q e supra de segmento ST nas derivações V1 a V5. Exames laboratoriais mostraram troponina superior a 50.000 ng/ml. Foi encaminhada à cineangiocoronariografia que evidenciou redução luminal de 70% em artéria descendente anterior (DA), com aspecto de imagem negativa, além de falso lúmen em terço médio e distal de DA. Realizado diagnóstico de SCAD de DA, com imagem descrita incialmente de provável hematoma, com extensão de dissecção em espiral até terço médio e distal. Devido instabilidade do quadro, optado por angioplastia de DA proximal. Como paciente seguia com hipotensão refratária a DVA, realizada passagem de balão intra-aórtico. Devido persistir sem melhora clínica e com sinais de má perfusão, foi realizada canulação de membrana extra-corpórea veno-arterial ainda em sala de hemodinâmica. Em unidade de terapia intensiva evoluiu com melhora clínica progressiva, com desmame de dispositivos e DVA; seguindo com alta para enfermaria. Ecocardiograma evidenciou 26% de fração de ejeção de ventrículo esquerdo. Discussão: A SCAD deve ser lembrada como uma causa de IAM em jovens, sobretudo em mulheres, sendo seu diagnóstico e manejo, assuntos de novas revisões e estudos. O tratamento em geral é conservador, mas em casos de instabilidade a angioplastia pode ser uma opção. Conclusão: O relato de uma paciente com IAM secundário a SCAD, que evoluiu com choque cardiogênico e necessidade de suporte com dispositivos de assistência ventricular é incomum, reforçando a dificuldade de diagnóstico e manejo de dessa doença.

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