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Alimentação cardioprotetora e sua relação com os fatores sociodemográficos e cardiometabólicos: um estudo transversal com trabalhadores de universidade pública

Estefany Araujo, Daniela de Assumpção, Mayza Neves, Leila Pagamicce, Carla Andrechuk, Daisuke Hayashi Neto, Roberta Rodrigues, Marilia Cornélio
Faculdade de Enfermagem - UNICAMP - Campinas - Sao Paulo - Brasil

Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos no Brasil e no mundo. A alimentação se destaca como um importante fator relacionado ao desenvolvimento e agravamento dessas doenças. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi analisar a adesão a uma dieta cardioprotetora segundo fatores sociodemográficos e cardiometabólicos de trabalhadores de universidade pública.

Métodos: Tratou-se de um estudo exploratório de corte transversal, realizado em 557 trabalhadores de uma universidade pública do interior de São Paulo. Foi utilizado o Cardiovascular Health Diet Index (CHDI) para avaliar a adesão a uma dieta cardioprotetora, instrumento com 11 componentes desenvolvido para a população brasileira a partir das recomendações da American Heart Association. A pontuação total varia de 0 a 110 pontos, quanto maior a pontuação melhor a adesão a uma dieta cardioprotetora. Os dados para o cálculo do CHDI foram obtidos através da aplicação do recordatório de 24 horas. Foram avaliadas as variáveis sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade) e cardiometabólicas (pressão arterial (PA), Índice de Massa Corporal (IMC) circunferência da cintura (CC), LDL-colesterol, triglicérides, HOMA2-IR, hemoglobina glicada e Proteína C reativa (PCR)). Os dados foram analisados de forma descritiva e por meio de modelos de regressão linear múltipla e de Poisson múltiplos modificados.

Resultados: A amostra foi composta majoritariamente por homens (56%), autodeclarados brancos (75,5%), com idade média de 44,9 anos e média de escolaridade de 18,1 anos. Com relação ao CHDI, os trabalhadores apresentaram média de 49,5 pontos, o que indica uma má adesão a uma dieta saudável e cardioprotetora. Maiores pontuações no CHDI foram encontradas em pessoas autodeclaradas brancas (β: 3,80; p-valor: 0,0264) e com maior escolaridade (β: 0,69; p-valor: 0,0001). Além disso, maiores o escores no CHDI foram associados à melhores parâmetros relacionados à saúde cardiovascular, uma vez que o aumento de um ponto no escore do CDHI representou uma diminuição média de 1% na probabilidade de apresentar resultados acima do normal de IMC, CC, HOMA2-IR, PCR e de PA diastólica.

Conclusão: Os resultados evidenciam uma má adesão a dieta cardioprotetora pelos trabalhadores e uma associação entre uma melhor alimentação cardioprotetora e ser da cor branca, ter maior escolaridade e apresentar melhores parâmetros cardiometabólicos. Com isso, este estudo oferece subsídios para o delineamento de intervenções voltadas à promoção de uma alimentação saudável com vistas ao alcance de uma saúde cardiovascular.

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