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IMPACTO DA RÁPIDA RECUPERAÇÃO APÓS CIRURGIA CARDÍACA NA SOBREVIDA DOS PACIENTES: 5 ANOS DA IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO ERAS

Omar Mejia, Gabrielle Borgomoni, Fábio Antônio Serra de Lima Júnior, Leonardo Flud Ideal, Renato Furlan Filho, Gustavo M Perrone, Henrick Buttini de Oliveira, Diego Ribeiro Garcia, Pedro G M de Barros e Silva, Valter Furlan
Hospital Samaritano Paulista - Sao Paulo - SP - Brasil

 

Introdução

Evidências do impacto do Enhanced Recovery After Surgery (ERAS) na rápida recuperação (RR) dos pacientes de cirurgia cardíaca (CC) são consistentes, no entanto os benefícios da RR em médio e longo prazo são desconhecidos. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da RR na sobrevida dos pacientes cinco anos após a CC.

Métodos

Estudo de coorte prospectivo e observacional após implantação da cultura do ERAS em um hospital de referência. Pacientes operados de cirurgia cardíaca entre 2018 e 2020 utilizando o Protocolo TotalCor (baseado no ERAS) foram entrevistados por via telefônica através de um questionário estruturado no REDCap. Dados complementares destes pacientes foram extraídos do STS Adult Cardiac Surgery Database. RR foi definida como a alta hospitalar até 5 dias após uma CC. Com técnicas de Propensity Score Matching (PSM) foram construídos dois grupos iguais, porém um com RR (≤5 dias) e outro sem RR (>5 dias). O ajuste dos grupos foi feito para 10 categorias de risco do STS e pelo tipo de procedimento. O desfecho principal foi mortalidade por todas as causas. O software R foi utilizado para análises, incluindo a curva de Kaplan-Meier e modelo de Cox para sobrevida.

Resultados

Trezentos e um pacientes foram avaliados pelo PSM. Observou-se que os pacientes que não tiveram uma RR após CC tiveram também uma maior incidência de acidente vascular cerebral (P=0,046), insuficiência renal (P<0,001), fibrilação atrial (P<0,001), infecção de ferida cirúrgica (P=0,046) e tempo de intubação orotraqueal (P=0,007) durante a internação hospitalar. O tempo de seguimento em anos dos pacientes com RR foi de 3,86 e dos pacientes sem RR foi de 3,73. No seguimento, houve uma maior taxa de reinternação hospitalar (P=0,033) e de mortalidade por todas as causas (P=0,008) no grupo sem RR, onde as causas cardíacas foram responsáveis por 15,38% dos óbitos. A mortalidade foi 27,9% maior no grupo sem RR quando comparado ao grupo com RR. No geral, as análises de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier revelaram melhores desfechos para os pacientes com RR (P=0,0014).

Conclusões

Após implantação da cultura do ERAS, pacientes que tiveram uma rápida recuperação após cirurgia cardíaca (≤5 dias) apresentaram uma sobrevida maior em até 5 anos de seguimento. Nós recomendamos que além de implementar protocolos de otimização perioperatória para cirurgia cardíaca, hospitais foquem na rápida recuperação dos pacientes.

 

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