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Doença vascular do enxerto com acometimento de ramos coronarianos intramurais - maior dificuldade diagnóstica e uma evolução desfavorável

Tairova MS, Sguario RM, Novaes ID, Rochitte CE, Gutierrez PS, Gowdak LH, Azeka E
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução:

A principal complicação tardia em transplantes cardíacos é a doença vascular do enxerto. O risco de óbito por essa patologia é maior em transplantados jovens do que nos pacientes entre 50 a 59 anos. Apresenta uma apresentação clínica muito variável com métodos diagnósticos limitados por se tratar de uma doença difusa e poder acometer apenas vasos intramurais. Propõe-se a descrição de um caso com apresentação clínica atípica e evolução desfavorável que ressalta a importância dessa patologia.

Relato de caso:

Paciente do sexo feminino, 24 anos, transplantada cardíaca aos 3 anos de idade por atresia pulmonar com septo interventricular íntegro. Histórico de períodos de má aderência e gestação com troca de imunossupressão. Apresentou internação por rejeição humoral presumida(painel imunológico positivo, porém biópsia endomiocárdica 0R e pAMR 0), foi tratada com metilprednisolona, imunoglobulina e timoglobulina. Após um mês, a paciente evolui com piora de classe funcional e é internada para tratamento empírico de rejeição. Estava em uso de tacrolimuseverolimusmicofenolato, prednisona, diltiazem, atorvastatina e enoxaparina plena (por trombose de acesso recente). Ecocardiograma com insuficiência mitral importante (ausente anteriormente), sem disfunção ventricular. Ressonância magnética cardíaca com fração de ejeção esquerda de 56% e presença de realce tardio de padrão não isquêmico, mesocárdico lateral médio-basal. Cineangiocoronografia sem lesões coronarianas. Pacienteem leito de enfermaria, realizando tratamento com metilprednisolona e imunoglobulina, apresentou, uma semana após a admissão, parada cardíaca em atividade elétrica sem pulso, foi reanimada por uma hora, porém evoluiu para óbito. Ao anátomopatológico do coração: doença vascular do enxerto comprometendo vasos de médio calibre (vasos epicárdicos livres de doença), microinfartos em diversos estágios de evolução na parede diafragmática do ventrículo esquerdo até o músculo papilar posteromedial.

Conclusão:

 Nas últimas décadas, não houve redução da incidência de morte por doença vascular do enxerto, apesar de muitos avanços na medicina. Considerando sua fisiopatologia (rejeição humoral crônica), seu tratamento se baseia na prevenção e no manejo e aderência adequada da imunossupressão, visando a prevenção de seu desenvolvimento. Ademais, é importante ressaltar a dificuldade diagnóstica, com necessidade de aprimorar métodos de imagem, visto que os mais utilizados ainda são limitados.

 

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