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Escore de cálcio coronariano e risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais – Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

William R. Tebar, Vandrize Meneghini, Marcio S. Bittencourt, Giuliano Generoso, Alessandra C. Goulart, Alexandre C. Pereira, Itamar S. Santos, Raul D. Santos, Paulo A. Lotufo, Isabela M. Bensenor
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO - USP - SP - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Fundamentos: O escore de cálcio coronariano (CAC) é um indicador de aterosclerose e níveis acima de zero são associados a maior risco de eventos cardiovasculares (ECV). Este estudo teve o objetivo de verificar se há aumento do risco de ECV de acordo com os níveis de CAC em participantes do estudo ELSA-Brasil. 

Métodos: Foram avaliados 4.389 participantes (50,8 ±8,8 anos, 54,4% mulheres), sem doença cardiovascular na linha de base. O CAC foi avaliado por tomografia computadorizada e classificado em 0, 1-99, 100-199, 200-299 e ≥300 unidades de Agatston. Os ECV não-fatais (infarto do miocárdio, síndrome coronariana aguda, insuficiência cardíaca, revascularização coronariana, doença arterial periférica, aneurisma de aorta, fibrilação atrial, tromboembolia pulmonar e venosa, trombose venosa profunda e acidente vascular cerebral) foram registrados em 5 anos de seguimento, enquanto os ECV fatais foram contabilizados da linha de base (2008-2010) até 31 de dezembro de 2022. Foram comparadas curvas Kaplan-Meier de risco cumulativo para ECV pelo teste log-rank e analisada a razão de risco (RR) pela regressão de Cox, ajustada por idade, sexo, raça/cor, escolaridade, índice de massa corporal, histórico familiar de doença cardiovascular, hipertensão, diabetes, dislipidemia, uso de estatina, tabagismo, álcool e atividade física. 

Resultados: Foram adjudicados 121 ECV (16 fatais e 105 não fatais). Um total de 27,7% da amostra apresentou CAC>0, sendo 18,1% para CAC=1-99; 3.9% para CAC=100-199; 1,4% para CAC=200-299; e 4,3% para CAC≥300. O teste log-rank foi significativo para risco de ECV de acordo com CAC (Figura 1). Considerando CAC=0 como referência, a RR de ECV fatais e não fatais foi de RR=2,46 (IC95%: 1,45; 4,18) para CAC=1-99; RR=3,63 (IC95%: 1,77; 7,46) para CAC=100-199; RR=9,60 (IC95%: 4,46; 20,62) para CAC=200-299; e RR=5,91 (IC95%: 3,12; 11,22) para CAC≥300. Quando considerados somente ECV não fatais, foi observada uma RR=2.38 (IC95%: 1.34; 4.23) para CAC=1-99; RR=3.69 (IC95%: 1.69; 8.05) para CAC=100-199; RR=10.36 (IC95%: 4.61; 23.26) para CAC=200-299; e RR=6.60 (IC95%: 3.37; 12.95) para CAC≥300. Não foi observada associação significativa dos níveis de CAC com ECV fatais. 

Conclusões: Foi observada maior RR para ECV em níveis mais elevados de CAC. A baixa ocorrência de ECV fatais na amostra limitou sua associação com CAC para além dos fatores de risco tradicionais, embora tenha apresentado uma tendência significativa.  

 

 

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