As cardiopatias congênitas são um conjunto de malformações que afetam cerca de 30 mil recém-nascidos por ano no Brasil, gerando grande impacto no indivíduo, familiares e no sistema de saúde. Dessa forma, esse trabalho é uma revisão integrativa realizada através do levantamento bibliográfico das bases de dados PUBMED, EMBASE e PERIÓDICOS CAPES, para analisar os efeitos da mudança climática na gravidez, buscando avaliar sua correlação com as cardiopatias congênitas.
Estudos recentes sugerem que, à medida que o aquecimento global avança, o aumento progressivo desenfreado da temperatura pode estar relacionado às causas dos problemas cardíacos congênitos, evidenciados em dados realizados em animais.
Esse possível impacto do calor, principalmente nas primeiras oito semanas de gestação - período de desenvolvimento do coração fetal, ocasiona defeitos principalmente no septo interatrial. O mecanismo dessas malformações continua incerto, mas artigos sugerem que altas temperaturas podem gerar estresses fisiológicos que diminuem o aporte sanguíneo na artéria umbilical, levando à expressão incorreta de genes e a defeitos na placenta e no coração.
Além disso, grande parte dos estudos foram realizados na América do Norte, que possuem, em sua maioria, climas mais amenos que o Brasil, mostrando que esses impactos podem ser ainda mais relevantes na região da América do Sul.
Portanto, mais estudos devem ser realizados, a fim de haver conclusões definitivas sobre a teratogenicidade dessa exposição e então orientar os profissionais da saúde para poderem realizar prevenções durante a gravidez.
