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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

ESTIMATIVA NÃO INVASIVA DA RIGIDEZ MIOCÁRDICA A PARTIR DE CURVAS PRESSÃO-STRAIN

Nathalia Conci Santorio, Pandreli Testa Santorio, Nilson Bossle Conci, José Eduardo Krieger, Fábio Fernandes, Viviane Tiemi Hotta
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, Unimed Sul-Capixaba - Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo - Brasil

Introdução: A curva pressão-volume invasiva é o padrão-ouro para avaliação da função diastólica, mas não é aplicável na prática clínica. A curva pressão-strain, não invasiva, pode fornecer dados semelhantes. O objetivo deste estudo é avaliar se sua análise pode contribuir para a estimativa da rigidez miocárdica.

 

Métodos: Trata-se de um estudo transversal, piloto, não cego, de centro único. Pacientes com diagnóstico de sarcoidose, Doença de Fabry e Amiloidose Transtirretina, com ou sem acometimento cardíaco, de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos e função sistólica biventricular preservada, foram incluídos. Foram excluídos pacientes obesos, com valvopatia cardíaca primária moderada ou grave e janela acústica inadequada. Os pacientes foram submetidos à medida de pressão arterial e ao ecocardiograma transtorácico, sendo divididos em dois grupos: com e sem evidências de aumento de pressões de enchimento de câmaras esquerdas, conforme os guidelines vigentes. Foram geradas curvas de trabalho miocárdico, analisadas com a ferramenta online PlotDigitizer para obtenção das seguintes medidas: pressão diastólica inicial, definida como a menor pressão da fase diastólica, o strain corresponde a esse ponto, e a pressão diastólica final, definida como a correspondente ao strain zero. Em seguida, foi calculado o índice Δ pressão/ Δ strain, com médias comparadas entre os dois grupos pelo teste T de Student não pareado. Também foi calculada a curva ROC, com estimativa do ponto de corte ótimo. A comparação com medidas não invasivas de função diastólica, como relação E/e', strain reservatório do átrio esquerdo e volume atrial esquerdo indexado, foi realizada por meio do teste de correlação de Pearson. As análises foram realizadas com significância de 5%. 

 

Resultados: foram avaliados 32 pacientes, sendo 14 com evidência de aumento de pressões de enchimento. Houve diferença significativa entre os índices médios calculados entre os dois grupos (1,78 + 0,51 mmHg/% vs 1,04 + 0,22 mmHg/%, p < 0,00001). Houve correlação positiva com a relação E/e’ (R = 0,70, p < 0,00001) e com o volume do átrio esquerdo (R = 0,73, p <0,00001), além de correlação negativa com o strain reservatório do átrio esquerdo (R = - 0,79, p < 0,00001). A área sob a curva foi de 0,9085 para o diagnóstico de aumento de pressões de enchimento (0,81 - 1), com sensibilidade de 85,7% e especificidade de 88,9% para o ponto de corte de 1,3 mmHg/%. 

 

Conclusões: O novo índice proposto pode oferecer informações adicionais no estudo da função diastólica. Mais estudos são necessários para sua validação.

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