INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca é um problema de saúde pública mundial que consiste na incapacidade do coração de bombear o sangue adequadamente. Devido ao caráter crônico e aos efeitos deletérios que gera nos seus portadores a longo prazo, a insuficiência cardíaca está associada a custos onerosos ao sistema de saúde. No Brasil, entre os anos de 1998 e 2019, foram registrados 567.789 óbitos por IC em adultos com idade acima de 50 anos. Desse modo, um melhor entendimento do perfil populacional mais afetado pela doença se faz necessário para a elaboração de estratégias de saúde eficazes para a prevenção e combate à doença. OBJETIVOS: Comparar o número de internações por insuficiência cardíaca na região sudeste do Brasil, durante o intervalo temporal de 2018 a 2023, por meio da análise das variáveis: faixa etária, sexo, cor/raça e ano de atendimento. METODOLOGIA: Estudo ecológico com análise de série temporal por dados secundários contidos no DATASUS referentes aos anos de 2018 a 2023. Foram selecionadas as variáveis: faixa etária (60 a 79 anos), sexo, cor/raça e ano de atendimento com foco na lista Morb CID-10 em Insuficiência Cardíaca, na região Sudeste. Foi feita estatística descritiva no Microsoft Excel. RESULTADOS: O estudo incluiu um total de 248.510 pacientes na região Sudeste.Quanto à idade dos pacientes, observou-se uma predominância dessa condição na faixa etária dos 70 a 79 anos (51,39%), em comparação com o grupo de 60 a 69 anos (48,61%). O sexo masculino foi o mais afetado no geral, correspondendo a 52,5% dos casos. Em pacientes com 60 a 69 anos, a proporção de homens acometidos pela doença foi de 55,22%. No conjunto de idade entre 70 a 79 anos, houve um equilíbrio entre os gêneros (50% masculino e 50% feminino). No que tange à raça, a maioria dos pacientes era de cor branca (43,38%), sendo a cor parda a segunda mais afetada (32,54%). O ano com maior número de atendimentos foi 2022, com 45.765 internações, quantidade correspondente a 18,42% dos casos. CONCLUSÃO: Observou-se maior prevalência de internações por casos de insuficiência cardíaca em pacientes de 60 a 69 anos, sexo masculino e cor branca. Já em idades mais avançadas, percebe-se um equilíbrio entre os sexos. Nesse viés, faz-se necessário um melhor manejo e prevenção da doença, em especial nas faixas etárias predominantemente acometidas. Além disso, a equiparação entre os sexos dos 70 aos 79 anos, reforça a possibilidade de doenças e fatores de risco estarem associados com o aumento de casos em mulheres mais maduras, sendo necessários, portanto, maiores estudos.