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IMPACTO DA COVID-19 NA SOBREVIVÊNCIA DE PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

Herbert Martín Freyre Ríos, Fabiane Letícia Freitas, Daniella de Lima Pes, Luís Alberto Oliveira Dallan, Fabio Biscegli Jatene, Omar Asdrúbal Vilca Mejía
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A pandemia de COVID-19 trouxe desafios para a cirurgia cardíaca, sugerindo um aumento nos riscos cirúrgicos, especialmente em procedimentos como a revascularização miocárdica.

Objetivo: Determinar o impacto da COVID-19 no período intra-hospitalar e no seguimento em até 3 anos dos pacientes submetidos à Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM).  

Métodos: Estudo de coorte prospectivo, longitudinal, observacional e unicêntrico envolveu 223 pacientes submetidos à CRM entre março de 2020 e março de 2021. A pesquisa foi conduzida para identificar e comparar características pré-operatórias, intraoperatórias e pós-operatórias entre pacientes diagnosticados com COVID-19 e aqueles não infectados pelo vírus durante o período do estudo. Ademais, entrevistas estruturadas foram realizadas por meio de ligações telefônicas utilizando a plataforma REDCap, abrangendo um período de acompanhamento de até três anos após a cirurgia, para avaliar a sobrevida e o tempo livre de infecção por COVID-19 nos pacientes. Para aqueles pacientes com os quais não foi possível estabelecer contato, obtiveram-se informações sobre o estado de vida através de consultas realizadas junto à secretaria de saúde local. Para as análises estatísticas, utilizou-se o software R, adotando-se um nível de significância de p < 0,05.

Resultados: Durante a estadia intra-hospitalar, dentre 223 pacientes, 30% dos diagnosticados com COVID-19 faleceram após a cirurgia, em contraste com apenas 2,46% dos pacientes sem COVID-19 (P<0,001). Dos 212 pacientes elegíveis para acompanhamento, 7,62% (16 pacientes) morreram, e desses óbitos, 43,75% foram atribuídos à COVID-19. Nas entrevistas estruturadas realizadas, alcançamos 166 pacientes (78,30% do total elegível), dos quais 26,51% testaram positivo para COVID-19 durante o acompanhamento. Pacientes que contraíram COVID-19 durante o seguimento tiveram uma taxa de sobrevivência significativamente menor em comparação aos não infectados ao longo de um seguimento de até 36 meses, com uma diferença significativa (p=0.0061).

Conclusão: A COVID-19 aumenta significativamente a mortalidade dos pacientes, tanto no ambiente hospitalar quanto em acompanhamento de longo prazo, destacando a crítica importância da vacinação e de outras medidas preventivas para reduzir os riscos associados à infecção. 

 

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