A ASSOCIAÇÃO ENTRE O DELTA DA GLICEMIA, MASSA INFARTADA E FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA
INTRODUÇÃO
A elevação na glicemia de admissão está associada a maior risco de eventos cardiovasculares. Entretanto, a literatura sobre essa correlação e desfechos das síndromes coronarianas agudas necessita melhor caracterização.
MÉTODOS
Nossa coorte foi elaborada por meio de subanálise do estudo Battle-AMI. Composta por 244 pacientes de ambos os sexos, sendo 173 homens e 71 mulheres, com mediana de idade de 56 anos, que tiveram infarto agudo do miocárdio com supra de ST (IAMCSST) e foram tratados sob estratégia fármaco-invasiva (trombólise < 6 h; angiografia coronária < 24h). Realizados os seguintes procedimentos:
Ressonância nuclear magnética cardíaca (RNMc) após 30 dias do IAMCSST, aferir massa infartada e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)
Exames laboratoriais basais e após 30 dias
Obtenção do parâmetro delta da glicemia, sendo a glicemia de admissão (GA) - a glicemia média estimada (GME).
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Utilizamos os Testes de correlação de Spearman e Regressão linear
RESULTADOS
1. Delta GA – GME & fibrose miocárdica do ventrículo esquerdo %
Rho = 0,255; p<0,0001
2. Delta GA – GME & FEVE
Rho = - 0,207; p=0,002
3. Proteína C-reativa & fibrose miocárdica do ventrículo esquerdo %
Rho = 0,42; p<0,0001
4. Proteína C-reativa e FEVE %
Rho = - 0,38; p<0,0001
5. Troponina & fibrose miocárdica do VE %
Rho = 0,59; p<0,0001
6. Troponina & FEVE
Rho = - 0,59; p<0,0001
CONCLUSÃO
Em pacientes sob estratégia fármaco-invasiva em janela terapêutica adequada, a variação do delta da glicemia foi um marcador independente para maior massa infartada e pior função ventricular esquerda. Possíveis mecanismos podem incluir a disfunção endotelial, a maior atividade simpática e o comprometimento da microcirculação.