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Carvedilol como monoterapia para insuficiência cardíaca com fração de ejeção melhorada: estudo clínico aberto randomizado (CATHEDRAL-HF)

Deborah S.P. Belfort, Diógenes A.G. Furlan , Caio R.F. Cafezeiro , Mauro R. B. Wanderley Jr. , Vera M.C. Salemi , Camila Rocon , Bruno Biselli , Paulo R. Chizzola , Edimar A. Bocchi , Silvia M. Ayub-Ferreira
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução. O manejo dos pacientes com Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção melhorada (ICFEm) é incerto na literatura. A suspensão do tratamento padrão para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) mostrou alta taxa de recorrência de insuficiência cardíaca (IC), mas a segurança de suspensão parcial das medicações mantendo monoterapia com betabloqueador ainda não foi estudada. Métodos. Conduzimos um estudo piloto aberto randomizado para avaliar a segurança da suspensão das medicações para ICFEr mantendo apenas carvedilol. Incluímos pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) prévia ≤ 40% e atual ≥ 50%, com NT-pro-BNP<250pg/mL e sem sintomas de IC, em uso de carvedilol em dose otimizada ou máxima tolerada, associado a inibidor da enzima conversora de angiotensina ou bloqueador do receptor da angiotensina II, com ou sem espironolactona e furosemida. Pacientes foram randomizados em dois grupos: o controle, em que tratamento para ICFEr era mantido, e o intervenção, em que diuréticos e inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona eram suspensos de forma sequencial, mantendo apenas carvedilol. O desfecho primário foi recorrência da disfunção ventricular em 24 semanas, definido como um ou mais dos seguintes critérios: queda da FEVE em mais de 10% para <50%, aumento do volume diastólico final do ventrículo esquerdo indexado para superfície corpórea (VDFVEi) em >10% para acima do limite superior da normalidade, aumento do NT-pro-BNP em 100% ou mais para >400pg/mL e sintomas de IC. Se houvesse desfecho primário, o tratamento prévio ao estudo era reestabelecido.Resultados. Foram randomizados 60 pacientes 1:1 de abril de 2022 a fevereiro de 2023. Idade média foi 55 anos, 56,6% era do sexo masculino, com FEVE prévia 30,3% e de 58% na randomização. NT-pro-BNP médio foi 93,5pg/mL. Houve perda de seguimento de 4 pacientes no grupo controle e 3 no intervenção. Desfecho primário ocorreu em 3,8% do grupo controle e 11,1% do grupo intervenção (p=0,32), mostrado na tabela 1 com os desfechos secundários. Três meses após reinício das medicações, pacientes do grupo intervenção que preencheram desfecho primário tiveram redução do NT-pro-BNP e do VDFVEi para valor basal. Não houve morte, hospitalizações ou arritmias. Conclusões: a retirada das medicações para ICFEr mantendo monoterapia com carvedilol preveniu recorrência da disfunção ventricular em 24 semanas em pacientes com ICFEm. Esses achados têm potencial de mudar o paradigma atual acerca da necessidade absoluta de manter bloqueio neuro-hormonal completo nessa população.

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