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Incidência e Preditores de Desfechos Clínicos em Pacientes com Fibrilação Atrial Valvar e Não-Valvar em Uso de Antagonistas da Vitamina K: Evidências de Mundo Real

Idelzuita Leandro Liporace, Gustavo Bernardes F. Oliveira, Lucas Bassolli, Nadia Marchiori Galassi, Andreia Dias Jeronimo, Fernanda Maria Lopes, Gregory Y. H. Lip, Álvaro Avezum
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL, HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ - SÃO PAULO - SP - BRASIL

 

Fundamentos: A prevenção de acidente vascular encefálico é uma das prioridades no tratamento da fibrilação atrial (FA). Devido ao alto custo dos anticoagulantes diretos, os antagonistas da vitamina K (AVK) representam importante estratégia terapêutica oferecida pelo SUS aos pacientes com FA no Brasil. Entretanto, os preditores de desfechos clínicos relevantes foram pouco estudados no mundo real. O objetivo do estudo foi identificar a incidência e os preditores independentes de morte cardiovascular, eventos tromboembólicos, sangramento maior e não-maior clinicamente relevante, em pacientes com FA tratados com AVK. Métodos: Coorte prospectiva de pacientes com FA recebendo ≥1 ano de varfarina ou femprocumona, incluídos em 2017/2018 e seguidos até 2019. Foram classificados como FA valvar ou não valvar de acordo com as diretrizes vigentes à época. Os desfechos clínicos foram morte cardiovascular, eventos tromboembólicos, sangramento maior e não maior clinicamente relevante, separadamente e como desfecho composto, e adjudicados de forma independente. Foram coletados o tempo na faixa terapêutica (TFT), os escores CHADS2, CHA2DS2-VASc, HAS-BLED e SAMe-TT2R2. Resultados: Foram incluídos 1.350 pacientes, com idade média de 69,2 (±11,8) anos e 53,6% do sexo feminino, e seguimento de 17 (15-19) meses. A mediana do TFT foi 65%. Prevalência de comorbidades foi elevada e 38,4% apresentavam doença reumática. Incidência anual de eventos tromboembólicos e morte cardiovascular foi 4,4% e preditores foram tromboembolismo prévio (HR 2,12 [IC95% 1,22-3,67], TFT <50% (HR 1,98 [IC95% 1,16-3,37]) e taxa de filtração glomerular (TFG) <45mL/min/1,73m2 (HR 2,76 [IC95% 4,82-1,58]). Sangramento maior e não-maior clinicamente relevante foram 3,24%/ano (IC95% 2,47-4,14), e preditores foram sangramento prévio (HR 2,60 [IC95% 1,47-4,61]) e prótese valvar mecânica (HR 1,91 [IC95% 1,15-3,15]). A incidência do desfecho composto por eventos tromboembólicos e hemorrágicos foi  8,7%/ano e preditores foram sangramento prévio (HR 1,70 [IC95% 1,07-2,70]), TFT <41% (HR 1,79 [IC95% 1,11-2,86]) e átrio esquerdo >44mm (HR 1,97 [IC95% 3,26-1,19]). A incidência anual de eventos aumentou gradualmente de acordo com pontuações mais altas dos escores de risco CHADS2, CHA2DS2-VASc e HAS-BLED. Os valores de TFT foram significativamente menores entre os pacientes com ≥3 pontos no escore SAMe-TT2R2. Conclusões: Tromboembolismo ou  sangramento prévios, TFG e TFT reduzidos, prótese valvar mecânica, e átrio esquerdo aumentado foram preditores de desfechos clínicos em pacientes com FA tratados com AVK. 

 

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