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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Impacto da fragilidade cognitiva na sobrevida de pacientes candidatos ao transplante cardíaco

France Matos de Oliveira, Erika Tiemi Ikeda, Luis Fernando Bernal da Costa Seguro, Iascara Wozniak de Campos, Mônica Samuel Avila, Fábio Antônio Gaiotto, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini, Fabiana G.Marcondes Braga
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

A fragilidade é um estado clínico de vulnerabilidade relacionado ao envelhecimento e ao declínio de reserva funcional que dificulta o enfrentamento a estressores e está associada a desfechos clínicos desfavoráveis. Há consenso na literatura sobre a importância da inclusão da variável cognitiva na avaliação da fragilidade e é crescente o número de pesquisas que correlacionam o quadro com piores prognósticos em pacientes com insuficiência cardíaca avançada. O objetivo deste estudo foiavaliar a sobrevida de pacientes candidatos ao transplante cardíaco estratificados pelos conceitos de fragilidade física e cognitiva. Para tanto, utilizou-se os critérios de Fried e duas métricas de cognição, a escala de rastreio MoCA e o teste neuropsicológico WASI. Pacientes recém incluídos em fila de transplante cardíaco no Instituto do Coração da FMUSPforam convidados a participar do estudo e tiveram suas medidas de fragilidade física e fragilidade cognitiva coletadas. A amostra foi composta por 117 pacientes, sendo 71% do sexo masculino, 69% negros ou pardos, média de idade de 51 (± 10) anos, média de escolaridade de 9 (± 5) anos, pertencentes a classe social D/E (76%). Quanto as condições clínicas, 58% encontravam-se em UTI, 38% pertenciam a etiologia chagásica, 62% em classificação INTERMACS III e 88% faziam uso de droga vasoativa. Dos 117 pacientes avaliados, 86 transplantaram e 19 foram a óbito pós-transplante, 26 morreram em fila de transplante e 5 estavam vivos em fila. A prevalência da fragilidade física foi de 79% e cognitiva de 94% enquanto a sobrevida global em 1 ano foi de 81%. A figura em anexo demonstra as curvas de sobrevida de acordo com a fragilidade física e cognitiva em pacientes submetidos ou não ao transplante cardíaco. Pacientes frágeis que não transplantaram apresentaram pior curva de sobrevida quando comparados àqueles que transplantaram nas três métricas do estudo (fragilidade física, fragilidade cognitiva por MoCA e WASI), porém a curva dos pacientes não frágeis denotou diferenças, pois pacientes não transplantados e não frágeis avaliados pela WASI (figura 1c) tiveram 100% de sobrevida. Deste modo, a fragilidade cognitiva mensurada pela WASI parece ser capaz de diferenciar a sobrevida entre pacientes em lista de espera ainda que estes não alcancem o transplante.Palavras chave: Alterações cognitivas. Fragilidade física. Fragilidade cognitiva. Insuficiência cardíaca. Transplante cardíaco. 

 

Figura 1- Sobrevida global estratificada por fragilidade física e cognitiva mensurada por MoCA e WASI de acordo com a realização do transplante

 

 

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