Introdução: A recuperação da frequência cardíaca (RecFC) após a realização de um teste máximo de esforço é usada para avaliar a condição física e o risco cardiovascular. Esse teste tem sido realizado em ambientes sob diferentes intensidades de luz. Estudos têm demonstrado que, em repouso, a exposição à luz intensa, incidindo sobre os olhos, aumenta a atividade nervosa simpática e a frequência cardíaca (FC). Dessa forma, como a luz afeta a função autonômica cardiovascular em repouso, é possível que modifique também a RecFC, o que precisa ser investigado. Assim, este estudo exploratório avaliou a RecFC após testes máximos realizados sob 2 intensidades extremas de luz. Métodos: Doze homens adultos jovens saudáveis (27,3±6,5 anos) realizaram, em ordem aleatória, 2 testes máximos de esforço (cicloergômetro, rampa 20W/min) seguidos de 5 min de recuperação ativa em 30W, para medida do intervalo R-R (Polar,CRX800, Kempele, Finlândia) e cálculos dos parâmetros da RecFC. Um teste foi realizado sob penumbra (PN=8 lux) e o outro sob luz brilhante (LB= 5.000 lux). Resultados (tabela): A FC máxima e os parâmetros da RecFC observados aos 300s de recuperação foram semelhantes nas sessões. Porém, a FC aos 30s de recuperação tendeu a ser menor e o decaimento da FC nesse momento tendeu a ser maior na sessão LB. Além disso, o T30 foi significantemente menor na LB.
Conclusão: Os resultados mostram que a PN retarda a fase rápida da RecFC, sugerindo que ela inibe a reativação vagal pós-exercício. Assim, este estudo exploratório mostrou que alterações na luminosidade do ambiente podem modificar as respostas ao exercício, o que precisa ser explorado com maior profundidade, pois pode implicar na necessidade de padronização da luminosidade do ambiente para a execução de testes de esforço.
Apoio: CAPES (0001) e CNPq (302309/2022-5)