INTRODUÇÃO: A Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRVM) é uma das terapias não medicamentosas mais efetiva no tratamento da doença arterial coronariana (DAC). Nesse contexto, é evidente a importância da atuação multiprofissional no cuidado integrado ao paciente para sua melhor recuperação. O Farmacêutico Clínico possui papel indispensável para uso seguro e racional do medicamento. Este trabalho buscou estruturar um acompanhamento farmacoterapêutico integrado aos pacientes de cirurgia eletiva de CRVM para a otimização da recuperação pós-operatória. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional, realizado em um Hospital Terciário especializado em Cardiopneumologia em São Paulo, no período de janeiro a junho de 2023. A primeira fase foi a busca na literatura, a segunda, a extração de dados do prontuário eletrônico para o diagnóstico situacional e, por fim, a terceira fase, elaboração do protocolo integrado de acompanhamento dos pacientes. RESULTADOS: A partir da escolha dos descritores e após a técnica de afunilamento foram encontrados 14 artigos nas bases de dados (BVS, PUBMED, MEDLINE e LILACS) relacionados ao tema. Foram coletados dados de 132 prontuários, sendo que 93 (70,5%) eram do gênero masculino, com idade média de 61 anos e como principais comorbidades: hipertensão arterial sistêmica 106 (80,3%); dislipidemia 86 (65,2%); e diabetes mellitus 61 (46,2%). O tempo médio de internação foi de 14 dias e 66 (55%) dos pacientes apresentaram uma ou mais complicações pós cirúrgicas. O Farmacêutico Clínico realizou 147 intervenções para 48 destes pacientes, com taxa de aceitação de 119 (81%). A compilação de todos os dados serviu de base para elaboração do protocolo integrado de acompanhamento, descrevendo a atuação do farmacêutico em cada etapa: ambulatorialmente no pré-cirúrgico para otimização dos medicamentos; no intra-hospitalar, na unidade de terapia intensiva e enfermaria, auxiliando no monitoramento das antibioticoprofilaxias cirúrgicas, profilaxias de tromboembolismo venoso e úlcera de estresse, avaliação da sedoanalgesia, conciliação medicamentosa, acompanhamento de exames laboratoriais, participação em visita multiprofissional, orientação de uso de medicamentos; e após a alta, por teleconsulta farmacêutica ambulatorial com foco em adesão e aquisição medicamentosa. CONCLUSÃO: Não foram encontrados trabalhos anteriores à este na literatura, servindo este de base para implantação de serviço farmacêutico de acompanhamento integral para estes pacientes, a fim de reduzir os possíveis prejuízos em todas as etapas da assistência.