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Evolução clínica de pacientes com lesões coronárias não obstrutivas - 5 anos

PL da Luz, Favarato D, Abizaid AAC, Machado Cesar LA, Jr Serrano CV, Chagas ACP, Rochitte CE, Gutierrez MA
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

O objetivo do presente estudo é avaliar a influência de lesões coronarianas não obstrutivas na incidência de desfecho primário composto – morte de qualquer causa, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVE) e necessidade de revascularização (cirúrgica ou percutânea) em 5 anos de acompanhamento.

População estudada: 2156 pessoas, de uma coorte de 4500 pacientes submetidos a cinecoronariografia ou angiotomografia coronária para investigação da presença de doença coronária entre 2011 e 2017 no InCor. Com idade acima de 18 anos. Foram coletados os dados demográficos (sexo e idade) e as lesões foram classificadas como ausentes, ou presentes, contudo, menores que 50%.  A extensão da aterosclerose foi determinada pelo número de territórios coronários afetados (zero, um , dois  ou três).

Pacientes foram incluídos por consulta ao prontuário médico ou por contato telefônico com rastreamento por software que usa inteligência artificial.

Resultados: 1200 (56%) eram homens e 856 (44%) mulheres, A média de idade foi 57,7+ 19,3 anos. A frequência de lesões foi como se segue: sem lesões 817 mulheres e 510 homens, (OR=1), com lesões em um único território – 207 mulheres e 189 homens (OR=1,5), em dois territórios – 111 mulheres e 145 homens (OR=2,1), e , finalmente, em três territórios – 65 mulheres e 112 homens (OR=2,8), houve aumento estatisticamente significante (p<0,0001) na proporção entre homens/mulheres com o aumento de leitos afetados.

O desfecho primário composto ocorreu em 40 pacientes, totalizando 50 desfechos somados isoladamente: 21 IAM, 12 AVE, 8 ATC e 13 mortes.

A incidência de eventos não foi estatisticamente significante entre aqueles sem lesões 27 (2,0%) e com lesões 13(1,6%); apesar das mulheres serem em média 4 anos mais idosas que os homens a frequência de desfechos foram semelhantes , o mesmo ocorreu quando comparamos os mais idosos (> 65anos) com os mais jovens.

Conclusão: A ausência de lesões críticas não foram indicadores seguros de ausência de eventos mesmo em prazo não muito longo de 5 anos. Tendo em vista a prevenção primária para a vida inteira nossos achados sugerem uma abordagem mais agressiva tanto no diagnóstico como no tratamento de pacientes encaminhados para investigação de DAC em que DACNObs é observada.

 

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