Introdução: Pelo menos 65 milhões de indivíduos em todo o mundo possuem COVID Longa e apesar dos esforços para explicar os efeitos da prescrição de exercícios na recuperação desses indivíduos, há necessidade de explorar seus efeitos na tolerância ao exercício e na aptidão cardiorrespiratória. Objetivo: Avaliar o efeito do Programa de Reabilitação Física (PRF) na força muscular e na capacidade de exercício físico de sobreviventes da COVID-19. Métodos: O seguimento incluiu 28 pacientes pós COVID-19, cada participante realizou uma avaliação abrangente e multissistêmica em duas visitas, no pré e pós PRF: 1° visita = períodos de avaliação clínica (pressão inspiratória máxima (PImáx); pressão expiratória máxima (PEmáx) e Índice de status de atividade Duke (VO2pico). 2° visita = avaliação física [Teste do degrau 6-minutos (TD6) e Força de Preensão Palmar (FPP)]. O PRF consistiu em exercícios respiratórios, exercícios de força muscular de membros superiores e inferiores e exercícios aeróbicos, 2 ou 3 vezes/semana durante 03 meses. Resultados: No pós-PRF encontramos: melhora periférica [IC95% 2,7 (2,0-3,4), p=0,001, Enorme] e respiratória [PImáx IC95% 1,6 (0,9-2,3), p<0,001, Muito grande) e PEmáx IC95% 2,7 (2,0-3,4), p=0,001, Enorme)] força muscular; aumento da aptidão cardiorrespiratória de acordo com o VO2pico [IC95% 2,3 (1,5-3,1), p<0,001, Enorme] e o número de degraus subidos no TD6 [IC95% 1,6 (0,9-2,3), p<0,001, Muito grande]; adaptações resultando em menor frequência cardíaca (FC) de repouso, maior FC de pico, boa modulação da FC decorrente do estresse causado pelo TD6; associação linear e positiva entre a força muscular periférica e a respiratória e o número de degraus subidos no TD6 e a maior recuperação da FC, principalmente pós-PRF; A FC de recuperação no primeiro minuto permaneceu inalterada após o PRF. Conclusão: Nos pacientes pós COVID-19, destacamos o grande efeito do PRF individualizado e supervisionado no aumento da força/qualidade muscular periférica e respiratória e da aptidão cardiorrespiratória. Apesar dos ganhos obtidos na PRF, o risco de morte baseado na recuperação da FC não se alterou.