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Avaliação do consumo alimentar pela classificação NOVA e sua associação com desfechos cardiovasculares em pacientes em hemodiálise

Letycia Netto de Paula Cunha , Samara Vieira de Oliveira , Mariana Ferreira dos Santos, Hellen Christina Neves Rodrigues, Marcos Ferreira Minicucci, Raquel Machado Schincaglia, Nara Aline Costa
UFG - Goiânia - Goiás - Brasil, UNESP - Botucatu - São Paulo - Brasil

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em pacientes com doença renal crônica (DRC). Sabidamente, o consumo alimentar inadequado, especialmente de ultraprocessados, pode predispor a distúrbios metabólicos e consequentemente, a desfechos desfavoráveis. O objetivo deste trabalho foi avaliar o consumo alimentar pela classificação NOVA e sua associação com desfechos cardiovasculares em pacientes em hemodiálise (HD). Trata-se de estudo clínico prospectivo e longitudinal, realizado com pacientes com DRC em estágio 5 em HD. A amostra foi composta por indivíduos de ambos os sexos, com idade ≥18 anos. No momento da inclusão no estudo, os participantes responderam a informações sobre o consumo alimentar. O recordatório alimentar de 24 horas foi feito utilizando o método Multiple Pass Method (MPM). As porções foram convertidas em gramas e mililitros, e a quantificação de energia e nutrientes obtidas pelo Nutrition Data System for Research. A classificação NOVA foi adotada para avaliação qualitativa dos alimentos em quatros grupos: in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados. Os pacientes foram acompanhados durante 6 meses e avaliada a ocorrência de internação e óbito por causas cardiovasculares. Os dados foram analisados pelo software Sigma Plot versão 12.0. Foram avaliados 137 pacientes em HD, idade de 61 (52-67) anos, 59,1% eram homens, Kt/v 1,41 (1,25-1,58) e tempo de diálise de 31 (9 - 59) meses. Em relação ao consumo alimentar, a ingestão calórica dos pacientes foi de 16 (13-22) kcal/kg/dia e  ingestão proteica de 0,8 (0,6-1,1) g/kg/dia. Cerca de 82,5% (n:113) dos pacientes realizaram o consumo de alimentos ultraprocessados, correspondendo a 167,7 (78,1-294,9) kcal/dia. O consumo de alimentos in natura, minimamente processados e processados foi de 100% e 99% e 73%, respectivamente. Em relação aos desfechos, 4% (n:6) dos pacientes foram hospitalizados por causas cardiovasculares e 2% (n:4) evoluíram com óbito por complicações cardíacas. Não houve associação do consumo alimentar pela classificação NOVA com os desfechos de interesse. Entretanto, foi possível observar uma tendência de maior frequência (100% vs 82%) e ingestão calórica [380.9 (143.6-796.4) kcal vs 158 (76,1-281,8) kcal] de alimentos ultraprocessados nos pacientes que evoluíram a óbito. Nossos achados mostram elevado consumo de alimentos ultraprocessados, acompanhado de ingestão calórica e proteica baixas. O consumo alimentar pela classificação NOVA não se associou aos desfechos cardiovasculares nos pacientes em HD.

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