Introdução: a insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica complexa que demanda cuidado multiprofissional especializado. A hospitalização por descompensação da IC associa-se a elevada taxa de mortalidade. Assim, gerenciar o cuidado desse paciente quando admitido no hospital pode contribuir para um melhor desfecho dessa população. O protocolo gerenciado de insuficiência cardíaca (PGIC)propõe um manejo multiprofissional da IC. Inicialmente, na elaboração do PGIC, a psicologia era acionada para avaliar o paciente que apresentava pontuação ≥3 no Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2) aplicado pela enfermagem. Essa atuação se distinguia do restante da equipe multiprofissional, que realizava orientações educativas para todos pacientes do PGIC. Contudo, a psicologia pode contribuir não só com o cuidado de sintomas depressivos, mas também com suporte para melhor enfrentamento ao adoecimento e tratamento.Assim, propôs-se reformulação da participação da psicologia no PGIC com o intuito de favorecer um cuidado ampliado às especificidades da IC. O objetivo desse trabalho é apresentar o novo fluxo de atuação.Método:relato de experiência sobre a atuação do psicólogo no PGIC. Análise estatística:descrição da reformulação dasações do psicólogo realizadas no PGIC. Resultado:a nova atuação consiste em realizar orientações psicoeducativas a todos pacientes e/ou cuidadores inseridos no PGIC e aplicação doPHQ-2. Caso se observe demanda para acompanhamento psicológico e/ou haja demanda espontânea do paciente e/ou cuidador, é alinhado com equipe médica titular o suporte psicológico.Intervenções psicoeducativas são importantes pois trazem informações sobre as repercussões emocionais diante do adoecimento crônico, impacto da doença na qualidade de vida, mudanças de hábito e processo adaptativo diário. Assim, é possível a conscientização em saúde e sensibilização do paciente/cuidador sobre o cuidado dos aspectos emocionais.Conclusão: a reformulação favoreceu o contato do paciente/cuidador com a equipe de psicologia, já que todos são orientados. Há benefícios da orientação independentemente de presença de sintomas depressivos, tanto para reforçar os cuidados já realizados quanto para refletir sobreajustes necessários. Assimhá maior sensibilidade para identificar demandas emocionais, pois há contato direto com profissional especializado em saúde mental.Também se observou fortalecimento do trabalho multiprofissional.