Introdução: A driving pressure (DP) e a mecânica power (Mp) podem apresentar correlação com complicações pulmonares, tempo de hospitalização e mortalidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Assim, objetivamos avaliar a mecânica pulmonar no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca e a influência em variáveis ventilatórias, tempo de internação e taxa de óbito. Métodos: Coorte prospectiva com 142 pacientes. Houve a inclusão de homens e mulheres com idade ≥18 anos, internados para realizar cirurgia cardíaca em um hospital terciário do SUS, com ou sem uso de CEC. Foram excluídos os traqueostomizados ou que realizaram ressecção de tecido pulmonar. Houve a medida da mecânica pulmonar, DP e Mp a beira-leito para observação da correlação entre as variáveis cirúrgicas, tempo de internação e número de óbitos com o uso do SPSS. Resultados: Os pacientes apresentaram média de 58,21±13,56 anos, 66% eram homens, tinham fração de ejeção de 55,52±11,52% e 43,66% estavam internados previamente. 50% da amostra realizou revascularização, 21,12% cirurgias aórticas e 14,78% troca ou plastia valvar. A idade, tempo de CEC, número de hemoderivados, pressão de platô, DP, complacência estática, hospitalização e mortalidade sofreram influência do tipo de cirurgia. A PaO2/FiO2 apresentou correlação moderada com a complacência estática (r=0,30; p=0,001). O tempo de CEC, número de drenos torácicos e hemoderivados demonstraram correlação baixa com DP e pressões de pico e platô. Não houve significância entre a mecânica pulmonar com taxa de óbito e tempo de hospitalização.Conclusões: A complacência, pressão de pico e platô apresentaram correlação com tempo de CEC e hemoderivados. Apenas a driving pressure apresentou correlação baixa com PaO2/FiO2 e tempo de CEC. Não houve correlação entre a driving pressure e mecânica power com tempo de hospitalização e mortalidade.
