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Mulheres com câncer de mama exibem aumento no estresse oxidativo e na concentração de partículas pró-aterogênicas (LDL(-) e anti-LDL(-)): um estudo caso controle

Ingrid Mags Carvalho de Almeida, Rute Mattos Dourado Esteves Justa, Marcio da Rocha Sousa, Sara Maria Moreira Lima Verde, Nágila Raquel Teixeira Damasceno
FSP/USP - São Paulo - São Paulo - Brasil, UECE - Fortaleza - Ceará - Brasil

Introdução: O câncer de mama (CM) é a neoplasia maligna mais incidente no mundo e a mais comum em mulheres, constituindo 11,6% de todos os casos de câncer. O estresse oxidativo tem sido sugerido como um fator importante para o início e progressão do CM, e disfunção endotelial, que desempenha um papel no desenvolvimento da aterosclerose. 

Objetivo: Investigar se há diferenças significativas nas concentrações de Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS), Lipoproteína de baixa densidade eletronegativa (LDL(-)) e seu auto-anticorpo (anti-LDL (-)) entre controles saudáveis e mulheres com CM. 

Métodos: Estudo transversal, do tipo caso-controle, realizado com 114 mulheres com diagnóstico recente de CM e sem tratamento antineoplásico prévio e 100 controles pareados para comparação. Foram coletados dados sociodemográficos, de estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool), clínicos (TNM e imunomarcação de receptores hormonais) e realizada coleta sangue. A quantificação de TBARS (em µmol/ml) foi realizada utilizando-se o método desenvolvido por Ohkawa, Ohishi e Yagi (1979) com modificações. A detecção das concentrações de LDL(-) e de anti-LDL(-) foi realizada por meio do teste imunoenzimático ELISA, sendo os resultados expressos em U/L e em mU/L, respectivamente.

Resultados: A maioria das mulheres estava na menopausa (53,7%), não consumia álcool (55,1%) e não era tabagista (60,7%), sem diferenças significativas entre os grupos saudáveis e com CM (58,0% vs 50,0%, p= 0,24; 55,0% vs 55,3%, p= 0,97 e 65,0% vs 57,0%, p=0,23, respectivamente). Mulheres com CM apresentaram níveis mais elevados de  TBARS (média= 4,69 µmol/ml, DP= 1,12 µmol/ml vs média= 5,99 µmol/ml, DP= 1,71 µmol/ml; p<0,01), LDL(-) (média= 2,53 U/L, DP= 2,05 U/L vs média= 4,08 U/L, DP= 5,16 U/L; p=0,04) e anti-LDL(-) (média= 2,78 mU/L, DP= 2,36 mU/L vs média= 4,57 mU/L, DP= 2,93 mU/L; p<0,01) quando comparadas a controles saudáveis. 

Conclusões: Os resultados indicam que mulheres com CM exibem um aumento no estresse oxidativo, evidenciado pela elevação de marcador de peroxidação lipídica (TBARS), partículas de LDL modificadas  (LDL(-)) e anti-LDL(-). Em conjunto, os achados sugerem que mulheres com CM podem apresentar um incremento substancial no risco cardiovascular,  não apenas devido aos efeitos diretos do câncer e do tratamento antineoplásico, mas devido ao aumento no estresse oxidativo com acúmulo de partículas pró-inflamatórias potencialmente aterogênicas (LDL (-)).  

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