Relato de Caso Síndrome de Dressler
Introdução: Descrita em 1956 por William Dressler a síndrome de dressler, também chamada de pericardite pós-infarto geralmente se desenvolve entre 1 e 8 semanas após a lesão miocárdica. Após a implantação de métodos menos invasivos, estima-se que sua incidência seja inferior a 1% e embora de etiologia desconhecida, são propostas diferentes origens, todas imunomediadas, um de etiologia aparentemente humoral e outro celular. As manifestações clínicas habituais são geralmente dor torácica, dispneia e febre, acompanhadas de sinais de inflamação sistêmica, e presença ou ausência de derrame pericárdico ou pericardite documentada por ecocardiograma. Seu diagnóstico é de exclusão e ainda não existem diretrizes específicas que estabeleçam critérios claros. Caso clínico: R.H. 66 anos, hipertenso e dislipidêmico, interna em um hospital particular após ter realizado angioplastia eletiva evoluindo com dispneia progressiva, com tentativa sem sucesso de uma nova recanalização em outro serviço devido trombose de stent. Paciente evolui com choque cardiogênico, com fração de ejeção (FE) 25%, infarto Agudo do Miocárdio tipo 4b, Insufiencia renal aguda (IRA) necessitando de entubação orotraqueal, uso de aminas vasoativas, suporte mecânico circulatório balão intra-aórtico (BIA), e diálise contínua. Após 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com status clínico otimizado, paciente apresenta precordialgia durante a diálise intermitente. No 16º dia paciente recebe alta para semi-intensiva, com picos subfebris. Optado por novo screening infeccioso e ecocardiograma com FE 41%. No 24º dia paciente mantinha picos subfebris, culturas negativas, PCR elevado, leucocitose e um novo ecocardiograma com FE de 37% e pequeno derrame pericárdico sendo diagnósticado com díndrome de dressler. Paciente inicia tratamento com AAS, prednisona e colchicina e recebe alta no 28º DIH com orientação de acompanhamento ambulatorial. Discussão/Conclusão: A sintomatologia da síndrome é apresentada de forma ampla, porém sintomas mais clássicos de dor torácica, dispneia, febre, mal-estar e taquicardia após IAM devem ser levantados como suspeita pela equipe assistencial, atrelados principalmente leucocitose e aumento de VHS. É imprescindível que o enfermeiro busque e excerça o raciocínio clínico e crítico e evidencie o impacto da insonação a beira-leito utilizando a ferramenta como suporte na tomada de decisão e complementando o processo de enfermagem, além da realização de ECG de 12 derivações e coletas de exames laboratoriais para melhor condução do caso.