Introdução: Os dispositivos de marca-passo passaram por diversas evoluções tecnológicas e de técnica cirúrgica nas últimas décadas. Assim surge o marca-passo sem eletrodo, um sistema de marca-passo sem eletrodo implantado diretamente no ventrículo direito via transcateter. Estima-se que sejam implantados no mundo um milhão de dispositivos de estimulação cardíaca ao ano em decorrência de degeneração do sistema de condução cardíaca. Recentes evidências apontam para benefícios do MCP ocasionados pela ausência de eletrodos, evitando complicações como oclusão de veias, infecções, endocardite que pode acarretar em desfecho fatal. Caso clínico: WJSF, 71 anos, interna por pré sincope e piora do padrão do Holter (BRD, BAV 1o grau e 2o grau Mobitz 1 e 2:1), indicado implante de MCP sem eletrodo. Procedimento realizado em hopsital particular no serviço de hemodinâmica sob anestesia geral, acesso 27F via veia femural a direita, sem intercorrências. Encaminhado paciente extubado para unidade de terapia intensiva, acordado, comunicativo, sem sedativos ou aminas vasoativas, com restrição do membro inferior direito por 6 horas. No 2º dia após implante, paciente seguiu estável com MCP bem posicionado ao raio-x (fig.1), alta para semi-intensiva. Discussão: É importante que os enfermeiros que cuidam de pacientes com marca-passo sem eletrodo compreendam como esses marcapassos diferem dos marcapassos transvenosos sob cuidados como: monitorização cardíaca; revisão do local da punção durante as primeiras 48 horas; atenção a imagens radiológicas, uma vez que, os elementos tradicionais da estimulação convencional (eletrodos e geradores) estão ausentes; educação ao paciente sobre compatibilidade com futura ressonância magnética (RM), planos de viagem onde é improvável que o marca-passo sem eletrodo será afetado por detectores de metal, uso de aparelhos eletronicos de forma segura, cadência a exercícios extenuantes e cuidados após óbito onde o dispositivo pode ser enterrado ou cremado com segurança. Também, é importante ressaltar ao paciente que, uma vez inserido o dispositivo sem eletrodo, seria difícil removê-lo através de uma abordagem minimamente invasiva, pois é provável que esteja incorporado ao tecido cardíaco. Conclusão: Os avanços do marcapasso significam que o futuro da tecnologia de dispositivos sem eletrodo é promissor e pode levar a capacidades de estimulação expandidas e o enfermeiro deve acompanhar esta evolução, bem como os cuidados inerentes.