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Custo-efetividade com redes bayesianas dos antagonistas do receptor mineralocorticóide na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida

Luiz Sergio Fernandes De Carvalho, Cristiane Koeche, Mariana Pfitzner, Thaiene Severino, Adriana Guimarães, Luna Dourado, Alexandre Magno, Renata Reis, Andrei Sposito, Ana Claudia Cavalcante Nogueira
Clarity: Inteligência em Saúde - Campinas - SP - Brasil

Os antagonistas do receptor mineralocorticóide (ARM) se estabeleceram como peça fundamental no tratamento da insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção reduzida (ICFEr), mas sua adoção enfrenta obstáculos. Até recentemente, a espironolactona era o único ARM disponível no Brasil. No entanto, a introdução de novos ARMs, como finerenona e eplerenona, tem o potencial de mudar o cenário terapêutico. Compreender a relação custo-efetividade desses agentes no contexto da saúde brasileira é essencial para otimizar o manejo da IC.

Métodos

Foi empregada uma abordagem de Redes Bayesianas complementada por Diagramas de Influência de Markov para estimar as razões de custo-efetividade incremental (ICERs), apresentadas em dólares internacionais (Int$) ganhos por ano de vida ajustado por qualidade (QALY). As taxas de descontinuação dos ARMs foram incorporadas ao modelo, refletindo a prática clínica do mundo real, juntamente com uma taxa de desconto anual de 5% para custos e efetividade. Para embasar nosso modelo, foi realizada uma revisão sistemática abrangente, seguida de uma metanálise de rede (NMA) para avaliar a eficácia comparativa dos ARMs. Dados sobre desfechos cardiovasculares incidentes foram obtidos de uma coorte brasileira com 1.098 pacientes com ICFEr. Todas as avaliações de custo foram feitas da perspectiva do sistema público de saúde brasileiro, com valores convertidos para Int$.

Resultados

A NMA destacou que a espironolactona [HR: 0,75 (IC95% 0,67-0,84)], a eplerenona [HR: 0,84 (IC95% 0,77-0,93)] e a finerenona [HR: 0,90 (IC 95% 0,82-0,98)] reduziram significativamente o risco de mortalidade por todas as causas em comparação à não utilização de ARM. Notavelmente, a eplerenona reduziu significativamente as hospitalizações por IC [HR: 0,60 (IC95% 0,41-0,90)] em comparação à terapia sem ARM, com espironolactona e finerenona apresentando HRs de 0,68 (IC95% 0,40-1,17) e 0,83 (IC95% 0,59-1,15). A análise também revelou um risco notavelmente maior de descontinuação do ARM para finerenona (22%) e espironolactona (51%) em comparação com a eplerenona. Nas comparações de custo-efetividade, a finerenona foi dominada, enquanto a eplerenona exibiu um ICER de Int$ 2.614 (IC95% 1.851-3.470)/QALY quando comparada à espironolactona.

Conclusões

No contexto da saúde brasileira, a eplerenona provavelmente será o ARM mais custo-efetivo em comparação com a espironolactona, oferecendo redução da internação por IC e menor taxa de descontinuação. Esses achados ressaltam o valor da integração de análises de custo-efetividade nos processos de tomada de decisão em saúde.

 
 
 
 

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