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Persistentes hiperativação neural simpática, disfunção vascular e capacidade física atenuada em pacientes com COVID longa: Um estudo de sequelas cardiovasculares de longo prazo

Bruna E Ono, Artus Sales, Thais S Rodrigues, João E Izaias, Maria Fernanda C Ruvolo, Bruna P Morais, Renata Junqueira Moll Bernardes, Allan R K Sales
IDOR - RJ - RJ - BRASIL, IDOR - SP - SP - BRASIL, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

 

Introdução: Recentemente nosso grupo mostrou  que pacientes com COVID longa apresentam  sequelas cardiovasculares de médio prazo, tais comodisfunção neurovascular e capacidade física atenuada. Contudo, se essas alterações cardiovasculares estão presentes em longo prazo são completamente desconhecidas.

Métodos: Dezoito pacientes com COVID longa   (Idade: 49±8anos e IMC: 30.80±3.58 Kg/m2) e  dezenove  controles (Idade: 44±9anos e IMC: 29.36±4.55 Kg/m2) bem pareados foram arrolados para o estudo. Atividade nervosa simpática muscular (ANSM, Microneurografia), dilatação mediada pelo fluxo da artéria braquial (DMFBA, Ultrassom-Doppler), espessura médio-intimal de carótida (IMTCa , Ultrassom-Doppler),  velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOPCF, Tonometria de aplanação), pressão arterial sistólica e diastólica (PAS  e PAD, semiautomático), frequência cardíaca (FC, Eletrocardiograma) e consumo oxigênio de pico (V̇O2pico, ergoespirometria) foram mensurados. Além disso, marcadores circulantes de estresse oxidativo (carbonilas, NADPH, SOD e FRAP ), vesículas celulares de derivadas de células endoteliais (VECEs)  e angiotensina II (Ang II) foram mensurados em amostras de plasma.

Resultados: Os pacientes com COVID longa foram estudados 26±2meses após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2.. Enquanto ANSM (frequência e incidência, p<0,001  para ambos),  VOPCF( p<0,0007),  FC ( p< 0.03) e  IMTCa foram  maiores na COVID longa do que nos controles, DMFBA (p<0.03) e  VO2 pico  (p<0.015) foram menores. Interessantemente, as VECEs (p=0.02) e as carbonilas (p=0.0003) foram maiores na COVID longa do que nos controles e SOD e FRAP foram menores (p<0.05 para ambos). Não houve diferença entre os grupos para  PAS, PAD e Ang II. V̇O2picofoi inversamente associado com ANSM (p<0.002) e diretamente associada com DMFAB (p<0.03)

Conclusão Nossos achados revelaram que pacientes com COVID longa exibem hiperativação neural simpática, disfunção vascular, capacidade de exercício reduzida e aumento nos níveis circulantes de VECEs e estresse oxidativo, mesmo após 2 anos do diagnóstico da COVID. Portanto, é urgente estabelecer estratégias terapêuticas (por ex: reabilitação com exercício físico) para restaurar ou aliviar as sequelas cardiovasculares de longo prazo, em pacientes com COVID longa.

Palavras-chaves: Atividade nervosa simpática, COVID-19, função endotelial, rigidez arterial central.

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