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Pazopanibe Provoca Disfunção Vascular Generalizada e Aumento da Pressão Arterial Sistêmica em Pacientes com Carcinoma Renal de Células Claras

Bruna E Ono, Artur Sales, Thais S Rodrigues, João E Izaias, Maria C C Irigoyen, Fernanda M C Colombo, José MSC Mota, Renata J Moll Bernardes, Allan R K Sales
IDOR - RJ - RJ - BRASIL, IDOR - SP - SP - BRASIL, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

 

Introdução: Pazopanibe é um inibidor de tirosina quinase (ITKS) utilizado como tratamento de primeira linha do carcinoma renal de células claras (CRCC). Embora, o Pazopanibe esteja   associado a um aumento na sobrevida desses pacientes, ele pode provocar hipertensão arterial sistêmica. Mas, os mecanismos fisiopatológicos associados a esta manifestação clínica são pouco conhecidos. Nós hipotetizamos que o uso oral de Pazopanibe provoca disfunção endotelial macrovascular e microvascular, aumenta o enrijecimento arterial aórtico, aumenta a resistência vascular periférica, levando a um aumento significativo da pressão arterial sistêmica.

Métodos: Sete participantes portadores de CRCC (64±6anos), submetidos ao tratamento de primeira linha com Pazopanibe 800 mg/dia contínuo e dois participantes portadores de CRCC em rastreamento ativo (57±2anos). Foram acompanhados por 4 semanas de tratamento e durante este período foram realizadas três avaliações (basal e  em duas e quatro semanas de tratamento). As avaliações consistiram nos exames de função endotélio-dependente por dilatação mediada pelo fluxo da artéria braquial (DMFBA, Ultrassom-Doppler), resistência vascular da artéria braquial (RVAB, Ultrassom-Doppler), função microvascular (índice de hiperemia reativa , IHR) , enrijecimento vascular aórtico por velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOPCF,Tonometria aplanação), frequência cardíaca (FC, Eletrocardiograma) e pressão arterial sistólica e diastólica casual e e 24 horas (PAS e PAD - Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial )

Resultados: Foi verificado uma redução maior na DMFBA após quatro semanas de uso do Pazopanibe quando comparada ao não uso (34% e 20% respectivamente). Além disso, Pazopanibe provocou redução de 20% IHR, aumentou em 28% a RVAB, 19%  a VOPCF, 11% a PAS e 18% a PAD na semana 2, e estas alterações foram mantidas na quarta semana de tratamento, diferente do que foi encontrado no grupo rastreamento ativo, onde não houve alterações no IHR,  PAS e PAD. Não houve alteração na FC em ambos os grupos.

Conclusão: Nossos achados revelaram que o uso de Pazopanibe por 4 semanas provoca uma rápida e importante disfunção vascular generalizada, aumenta a RVAB, resultando em um aumento significativo na pressão arterial sistêmica, quando comparados com o grupo rastreamento ativo. Tais achados indicam fortemente a necessidade de estratégias terapêuticas que possam prevenir ou  atenuar os efeitos adversos do uso Pazopanibe sobre o sistema cardiovascular de pacientes com CRCC.

 

Palavras-chaves: câncer renal, pressão arterial, ITKS

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