Introdução: No Brasil, os programas de reabilitação cardíaca (RC) são limitados aos principais centros metropolitanos e não existem em grande parte do território nacional, particularmente nas regiões Norte/Nordeste. Este estudo descreve as barreiras para participação e adesão aos programas de RC 30 dias após a hospitalização por exacerbação aguda da síndrome coronariana aguda (SCA) e explora o poder preditivo de características funcionais para essas barreiras. Métodos: Na alta hospitalar, os participantes realizaram testes de capacidade funcional para avaliar a força muscular respiratória (PImáx e PEmáx), força de preensão manual (FPM) e a distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (TC6M). Após 30 dias da alta hospitalar, eles foram avaliados usando a Escala de Barreiras para Reabilitação Cardíaca (EBRC). Resultados: Foram inscritos 130 participantes (84 [64,6%] homens), 64,9 ± 11,9 anos, tempo de internação antes da alta 17 [8; 41] dias). Após ajuste para idade, sexo e tempo de internação, o escore de comorbidades/estado funcional da EBRC estava inversamente associado à PImáx (b = -0,123, IC95% -0,215 a -0,031). Além disso, o escore de necessidades percebidas/fatores de cuidados à saúde da EBRC estava associado à PImáx (b = 0,073, IC95% 0,009 a 0,137). Conclusões: Os domínios das barreiras para reabilitação cardíaca são explicados pela perda de força muscular respiratória e capacidade funcional em adultos com SCA 30 dias após a alta hospitalar. Esses achados incentivam futuros estudos sobre o impacto de estratégias de pós-alta precoce visando pacientes com menor estado funcional na redução dessas barreiras.
Palavras-chave: Síndrome Coronariana Aguda; Doenças Cardiovasculares; Reinternação Hospitalar; Obesidade; Função Respiratória; Estilo de Vida Sedentário.