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Reversão de Insuficiência Cardíaca Secundária à Reativação de Cardite Reumática

Thales Fraga Ferreira da Silva, Lynnie Oberg Arouca, Jose Victor da Nóbrega Borges, Gustavo José dos Santos, Tatyane Mazetti Saito, Engrácia Vanilda Susso Domingos, Vitor Emer Egypto Rosa, Mariana Pezzute Lopes, Flávio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A doença reumática cardíaca corresponde a aproximadamente 15% dos casos de insuficiência cardíaca (IC) em países endêmicos. Apesar de menor incidência, a recidiva de cardite reumática pode ocorrer ao longo da vida do paciente, sendo de suma importância a prevenção, identificação precoce e tratamento adequado dessa complicação.

Relato de caso: Paciente masculino, 44 anos, submetido à troca valvar mitral por prótese mecânica devido à estenose mitral reumática. Evoluiu, 5 meses após a cirurgia, com sintomas de IC. Identificada disfunção ventricular nova, com queda da fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) de 60% para 20% à custa de hipocinesia difusa, disfunção moderada do ventrículo direito, além de prótese mecânica mitral normofuncionante. Angiotomografia de coronárias sem reduções luminais, angiotomografia de artérias pulmonares descartou tromboembolismo pulmonar e ressonância magnética cardíaca sem realce tardio. Paciente foi submetido à tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) com Flúor-Deoxi-Glicose (18F-FDG) evidenciando processo inflamatório cardíaco em atividade (SUVmax 6,6), sugestivo de cardite reumática. Iniciou corticoterapia (Prednisona 1 mg/kg) por 6 semanas, com melhora de sintomas. Novo PET/CT mostrou redução parcial de processo inflamatório (SUVmax 4,4; Figura 1 Quadros A1 e A2), sendo estendido novo ciclo de prednisona 80mg/dia por mais 3 semanas, seguido de desmame gradual. Após, realizou controle com cintilografia com Gálio-67, negativa para processo inflamatório cardíaco (Figura 1 Quadro B). Novo ecocardiograma com FEVE 52%, além de remodelamento reverso com redução geométrica de cavidades.

Discussão: A IC secundária à cardite reumática é uma etiologia com tratamento específico e passível de reversão, porém muitas vezes é subdiagnosticada. É importante levantar suspeição em pacientes com histórico de acometimento cardíaco reumático prévio e evolução de IC nova para garantir tratamento precoce e instituição de profilaxia adequada. A biópsia endomiocárdica possui riscos, sendo a cintilografia com Gálio-67 e o PET/CT com 18F-FDG alternativas menos invasivas e com boa acurácia para o diagnóstico. O tratamento consiste no uso de Prednisona 1mg/kg por 4 a 6 semanas, com reavaliação da atividade inflamatória após, além da profilaxia com Penicilina Benzatina.

Conclusão: A instituição do tratamento correto e precoce na cardite reumática pode proporcionar reversão da disfunção ventricular, sendo, portanto, capaz de mudar a história natural e prognóstico da doença.

 

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