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Obesidade desempenha papel central na indução da disfunção miocárdica e vascular em um modelo translacional de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada

Pedro de Oliveira Neto, André Timóteo Sapalo, Denise Mayumi Tanaka, Eduardo Elias Vieira de Carvalho, Karine Pereira Rodrigues, Hugo Celso Dutra de Souza , Rubens Fazan , Rita Tostes , Marcus Vinicius Simões , Minna Moreira Dias Romano
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

Introdução: O estudo de modelos experimentais de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) pode ajudar a compreender os principais mecanismos fisiopatológicos, dessa condição desafiadora. Objetivo: Em um modelo translacional, objetivamos avaliar a contribuição da hipertensão e da obesidade na indução de alterações estruturais, funcionais e hemodinâmicas associadas ao fenótipo da ICFEp. Métodos: Foram investigados 3 grupos de ratos machos com 40 semanas de idade: Wistar Kyoto (WKY, n=10), ratos espontaneamente hipertensos (SHR, n=10) e SHR com obesidade induzida pela dieta de cafeteria por 28 semanas (SHR-Ob, n=9). Os animais foram submetidos às avaliações de peso corporal, pressão arterial sistólica e diastólica; pela Ecocardiografia foram avaliados: diâmetro do átrio esquerdo, diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (VE), parede posterior do VE, espessura relativa do VE, fração de ejeção do VE. A avaliação hemodinâmica invasiva mediu a pressão diastólica final do VE e o cálculo da constante de tempo diastólica do VE. Após a eutanásia, utilizou a aorta torácica para avaliação da função vascular, medindo as curvas cumulativas de efeito de contração à fenilefrina, expressas em Emax. A expressão proteica da Molécula de Adesão Intercelular-1 foi determinada no tecido miocárdico. Resultados: Os resultados são apresentados na tabela. Observamos níveis mais elevados de pressão arterial sistólica e diastólica nos SHR e SHR-Ob em comparação com WKY. Nas alterações estruturais do VE, observou-se remodelamento do VE e dilatação do átrio esquerdo nos grupos SHR e SHR-Ob. O grupo SHR-Ob foi o único a apresentar aumento da pressão diastólica final do VE e da constante de tempo diastólico do VE em relação aos demais grupos. O grupo SHR-Ob mostrou o aumento de molécula de adesão intercelular (figura – A) que foi concomitante a uma resposta vascular anormal com aumento da contração à fenilefrina (figura – B) em comparação com os grupos SHR e WKY. Conclusões: Neste modelo, as alterações estruturais relacionadas com a remodelação do VE foram semelhantes em SHR e SHR-Ob, provavelmente refletindo os níveis comparáveis de pressão arterial elevados, observados em ambos, mas, a elevação da pressão diastólica final do VE, uma característica marcante da ICFEp, foi observada no grupo SHR-Ob e concomitante à disfunção diastólica, ativação inflamatória endotelial e alteração da função vascular. Os nossos resultados indicam que a obesidade é um fator chave na indução de alterações vasculares e miocárdicas que desencadeiam o fenótipo de ICFEp neste modelo.

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