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Avaliação do efeito do avental branco pela MAPA em hipertensos resistentes em tratamento ambulatorial

Isabela Pavan Alves, Maria Teresa Nogueira Bombig, Henrique Tria Bianco, Rui Manoel dos Santos Povoa, Maria Cristina de Oliveira Izar, Francisco Antonio Helfenstein Fonseca, Yona Afonso Francisco, Weverton Ferreira Leite
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO A hipertensão arterial resistente(HAR) pressupõe maior risco cardiovascular e metas rigorosas para o controle da pressão arterial(PA). Pacientes com HAR têm maior prevalência do efeito do avental branco(EAB) - diferença entre a PA de consultório e a PA fora do ambiente médico pela monitorização ambulatorial da pressão arterial(MAPA). Por isso, encontrar métodos diagnósticos de menor custo, mais disponíveis, não influenciáveis pelo EAB e que auxiliem na definição de metas pressóricas e na titulação medicamentosa é uma demanda. Este estudo transversal visa confirmar e quantificar o EAB, pela MAPA, em duas modalidades: a PA de consultório e a medida automática da PA sem a presença de profissional de saúde, nos pacientes com HAR.

MÉTODOS Foram selecionados consecutivamente, 46 pacientes adultos, com diagnóstico confirmado de HAR e excluídas causas secundárias de hipertensão. A MAPA e as duas modalidades de aferição da PA foram realizadas conforme a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2020, em período inferior a 14 dias entre elas. As medidas da PA no consultório foram realizadas com o aparelho OMRON HEM-7122 e as três medidas automáticas da PA sem profissional da saúde foram realizadas em sala silenciosa, com o aparelho OMRON HEM-7349T e com intervalo de um minuto entre elas.

ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados foram expressos em médias e desvio-padrão e foram utilizados testes paramétricos e não paramétricos. Para verificação de significância, foram considerados intervalos de confiança de 95%/p<0,05.

RESULTADOS Nos pacientes no estudo, 67% eram mulheres, média de 61,1± 10,7 anos e 80,4% apresentavam, ao menos, uma das seguintes: diabetes, obesidade e dislipidemia. Ademais, 76% estavam em uso de quatro ou mais anti-hipertensivos. Na comparação do EAB utilizando a PA de consultório, 58% tiveram EAB significativo com diferença entre as PA sistólicas e diastólicas de 28,5±8,2 e 14,1±4,3mmHg, respectivamente. No EAB utilizando os valores de medida sem profissional, 18% tinham EAB significativo com diferença entre as PA sistólicas e diastólicas de 24±2,44 e 14,4±4,3mmHg, respectivamente.  Os coeficientes de correlação de Pearson estão descritos na tabela em anexo.

CONCLUSÕES A medida da PA sem profissional minimizou o EAB quando comparada à medida de consultório e demonstrou melhor correlação com os valores da MAPA. Nesse contexto, esse estudo é importante para trazer uma nova possibilidade de medida em consulta, mas sem o profissional de saúde, e validar o uso do método na prática clínica para estipulação de metas e titulação medicamentosa adequada.

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