Fundamentos: a Doença Arterial Coronariana (DAC) estável é caracterizada pela redução do aporte sanguíneo coronariano e isquemia miocárdica. Seu diagnóstico é confirmado pela cinecoronariografia, mas exames não invasivos e avaliação clínica são fundamentais nesse processo. Métodos: estudo transversal, analítico e observacional, conduzido através de coleta de dados médico-hospitalares, englobando pacientes submetidos à cinecoronariografia eletiva para diagnóstico de DAC estável. Análise estatística: os dados foram analisados no softwareStatistical Package for the Social Sciences, com análise descritiva, aplicação do teste Qui-Quadrado de Pearson e regressão logística binária, p-valor <0,05 foi considerado significativo e resíduos ajustados (ra) > 1,96 foi usado para indicar maior prevalência. Resultados 131 pacientes foram incluídos no estudo, com idade média de 62±10,5 anos, 58,8% masculinos, 93,3% brancos, 78,6% hipertensos, 61,4% portadores de dislipidemia e 48,9% com histórico de tabagismo. O diagnóstico de DAC foi confirmado em 57,3% desses pacientes, com predomínio de lesão uniarterial (49,9%). 84,7% dos pacientes apresentavam sintomatologia compatível com DAC, 63,4% realizaram um teste ergométrico, 46,5% um ecocardiograma de estresse e 4,6% uma cintilografia de perfusão miocárdica. A sintomatologia positiva apresentou uma sensibilidade de 93,3% (ra = 3,2; p< 0,01) para o diagnóstico, sendo demonstrada como um preditor de risco (OR = 5,1; p = 0,01), enquanto a ausência de uma clínica compatível determinou um fator protetivo (OR = 0,15; P = 0,01). Os testes não invasivos demonstraram um desempenho semelhante, com uma sensibilidade de 81,4% para o teste ergométrico (ra = 3,9; p< 0,01) e 77,8% (ra = 3,3; p< 0,01) para o ecocardiograma de estresse. Ambos os testes, quando positivos, foram associados a uma maior prevalência de DAC (OR = 5,2; p = 0,01 para o teste ergométrico e OR = 5,6; p = 0,01 para o ecocardiograma de estresse). Resultados negativos ou inconclusivos em ambos os testes foram demonstrados como fatores de proteção. Todos os pacientes submetidos à cintilografia apresentaram o achado de DAC obstrutiva. Conclusões: conclui-se que a sintomatologia da doença arterial coronariana desempenha um papel crucial na avaliação diagnóstica e os testes não invasivos também se apresentaram com um bom desempenho na identificação de DAC obstrutiva.