Introdução: O acesso radial distal (ARD) é uma alternativa segura e eficaz em relação ao acesso radial convencional (ARC) para procedimentos coronários. No entanto, a comparação de eficácia e segurança dessas modalidades permanecem desconhecidas para pacientes submetidos a procedimentos de emergência, particularmente em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST).
Métodos: Nós fizemos uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane para identificar estudos que comparam diretamente o ARD versus ARC em pacientes submetidos a angiografia coronária (AGC) e/ou intervenção coronária percutânea (ICP) de emergência. Utilizamos risk ratios e mean difference para desfechos binários e contínuos com intervalo de confiança de 95%, respectivamente. Todas as análises estatísticas foram realizadas no software R versão 4.3.1 com modelo random-effects.
Resultados: Incluímos quatro estudos envolvendo 552 pacientes submetidos a AGC ou ICP de emergência, dos quais 456 (82.6%) eram pacientes com IAMCSST. Na análise, o ARD foi superior ao ARC em reduzir a oclusão da artéria radial (RR 0.22; IC 95% 0.06 a 0.75; p=0.02). Não houve diferença significativa entre as modalidades de acesso em termos de falha de punção (RR 1.48; IC 95% 0.28 a 7.78; p=0.65), sangramento (RR 0.41; IC 95% 0.06 a 2.89; p=0.37), acesso cruzado (RR 1.37; IC 95% 0.42 a 4.44; p=0.60), tempo de punção (MD 0.33; IC 95% -0.16 a 0.81; p=0.19) ou tempo de procedimento (MD 0.97; IC 95% -5.19 a 7.13; p=0.76). Esses achados foram consistentes em uma análise de subgrupo com pacientes com IAMCSST.
Conclusões: Nessa meta-análise comparando ARD versus ARC para procedimentos coronários de emergência, ARD foi superior ao ARC em reduzir a oclusão da artéria radial, com taxas de complicações semelhantes.