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Diagnóstico e acompanhamento de miocardite reumática recorrente - papel da tomografia por emissão de pósitrons 18F-FDG e da cintilografia cardíaca

Manuela Cristina Ribeiro Dias Barroso, Heleutério Madogolele, Mariana Lopes , Vitor Emer , David Ferrari, Guilherme Halpern , Aline Naiara Azevedo, José Soares , Roney Sampaio, Flávio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A cardite reumática é um distúrbio imunológico que pode se desenvolver como complicação da febre reumática, e sua reativação constitui um desafio diagnóstico.

Relato de caso: Mulher de 43 anos com quadro progressivo de dor torácica e dispneia aos pequenos esforços. Antecedente de implante de bioprótese mitral em 1996 por insuficiência mitral importante reumática e implante de prótese mecânica em 2003 por disfunção da bioprótese. Infarto agudo do miocárdio cardioembólico em 2018 devido à fibrilação atrial. Ao exame físico, estertores em bases pulmonares, distensão venosa jugular e edema periférico. Nesse contexto, realizado ecocardiograma transtorácico (ECOTT), com redução significativa da fração de ejeção (FEVE) (54% para 36%), sem disfunção da prótese ou nova disfunção valvar. Submetida a tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) com 18F-FDG, que demonstrou captação moderada e heterogênea do radiofármaco em paredes anterior, médio-basal septal e médio-basal lateral do ventrículo esquerdo, indicando processo inflamatório ativo, sugestivo de cardite reumática no contexto (figura 1).

Realizada ressonância magnética (RM) cardíaca para avaliação de diagnósticos diferenciais, com presença de padrão isquêmico ântero-septal e médio-apical de realce tardio por gadolínio, compatível com infarto do miocárdio prévio. Apesar da melhora inicial dos sintomas após prednisona 1mg/kg/dia por quatro semanas, nova recorrência dos sintomas após início de desmame motivou realização de segundo PET-CT com 18F-FDG, que revelou processo inflamatório residual (figura 2), com reintrodução da dose imunossupressora de prednisona.

 

 

Após 30 dias, com o término da terapia, paciente evoluiu com recuperação da FEVE, assim como cintilografia cardíaca com gálio-67 negativa para qualquer processo inflamatório cardíaco (figura 3).

 

Discussão: A utilização de abordagem multimodal com PET/CT com 18F-FDG, RM cardíaca e cintilografia cardíaca com Gálio-67 corroboraram para o diagnóstico de reativação da cardite reumática, recorrência durante a redução gradual da corticoterapia e para avaliação de resposta ao tratamento.

Conclusão: Exames de imagem como PET/CT com 18F-FDG e cintilografia cardíaca com Gálio-67 podem ser cruciais no manejo da febre reumática aguda, permitindo o acompanhamento e manejo adequado da miocardite reumática recorrente, muitas vezes limitado apenas com uso do ECOTT.

 

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