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O ATUAL TRATAMENTO DA ICFER ASSOCIA-SE À REDUÇÃO DA PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE FERRO? COMPARAÇÃO DE 2 COORTES DE MUNDO REAL SEPARADAS POR UMA DÉCADA

Reis, Maria Eduarda Pequeno da C., Andrietta, Carolina C., Reis, Micael O., Souza, Pedro Augusto S., Marques, Fabiana , Simões, Marcus V., Valicelli, Flavio Henrique
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

Introdução: A deficiência de ferro (DF) e a anemia são comorbidades frequentes em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), estando associadas a pior prognóstico e a desfechos desfavoráveis. O tratamento com as novas drogas para ICFER resultou em redução importante na mortalidade. Contudo, são escassos dados sobre o impacto do atual tratamento na prevalência de DF nessa população.

Objetivo: Avaliar a prevalência de DF em pacientes com ICFER atendidos em ambulatório especializado em IC no ano de 2013 em comparação a pacientes atendidos no mesmo serviço em 2023.

Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo através da coleta de dados em prontuário de pacientes com ICFER atendidos no ano de 2013 e, após uma década, no período entre janeiro de 2021 e janeiro de 2023. A definição de DF seguiu a recomendação da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC): DF absoluta como ferritina < 100 ng/L, e DF funcional como ferritina 100-299 ng/L e saturação de transferrina (TSAT) <20%. Utilizamos o teste de Qui-quadrado para análise. 

Resultados: Incluímospacientes seguidos no ano de 2013 (n=108, Coorte A) e entre os anos de 2021 e 2023 (n = 149, Coorte B). A idade média foi semelhante (A: 59,5 ± 14,1 anos e B: 59,4 ± 14,9 anos, p=0,95), com predomínio do sexo masculino em ambas (A: 52,8%; B: 79,6%, p = 0,44). Pacientes em classe funcional III ou IV da NYHA foi maior na coorteB (51,6%) que na coorte  A  (38,0%), p = 0,02. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi semelhante em ambas coortes: A=28,1+9,2% e B=29+10%, p=0,46.  A tabela resume os resultados das variáveis clínicas e laboratoriais nas duas coortes. Observamos menor prevalência de anemia e de DF funcional, com correspondente aumento da capacidade de ligação de ferro, na coorte B. A presença de DF pelos critérios da ESC e a taxa de ferritina foram semelhantes nas duas coortes. Observamos redução do uso de iECA com correspondente surgimento do uso de sacubitril/valsartana, redução do uso de hidralazina+nitratos e de diuréticos, além de aumento da taxa de uso de antagonista de receptores de mineralocorticoides. 
Conclusões: Em uma coorte de pacientes recebendo o atual tratamento para ICFER, em comparação a uma coorte histórica separadas por uma década, mas com gravidade clínica e laboratorial semelhantes, observamos significativa redução da prevalência de anemia e de DF funcional. Nossos resultados sugerem que o moderno tratamento da ICFER associa-se à melhor controle da síndrome, com redução dos distúrbios metabólicos e inflamatórios que levam ao desenvolvimento da DF e anemia.

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