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PREDITORES DE INFECÇÃO E DE TEMPO DE INTERNAÇÃO PÓS-CIRURGIA CARDÍACA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO NORDESTE DO BRASIL

Thayane Rêgo Dantas, Ane Karoline Medina Neri, Douglas Borges da Costa Filho, Vinicius Passos de Queiroga, Isadora Dione Fernandes Nogueira
Hospital Universitário Walter Cantídio - Universidade Federal do Ceará - Fortaleza - Ceará - Brasil

Introdução: No âmbito da cirurgia cardíaca, apesar dos avanços contínuos na técnica cirúrgica e nos cuidados perioperatórios, desfechos desfavoráveis no pós-operatório continuam a ser um importante desafio, que gera impacto na morbimortalidade associada a tais procedimentos. Durante a pandemia de COVID-19, tais desafios foram maximizados, possivelmente pelo fato de terem sido operados neste período os indivíduos mais graves, e também por terem os pacientes ficado sem uma boa assistência durante o período pandêmico. Objetivos: Avaliar preditores de infecção hospitalar e de tempo de internação pós cirurgia cardíaca em pacientes de um Hospital Universitário do nordeste brasileiro em 2021. Metodologias: Estudo de coorte retrospectiva, com análise de dados clínico-laboratoriais obtidos dos prontuários eletrônicos de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no referido hospital universitário, em 2021.  O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará.Resultados: Foram avaliados 59 pacientes, com idade 57,9 ± 11,6 anos, 54.2% eram mulheres e 47,5% foram submetidos à cirurgia valvar. No pós-operatório, apresentaram infecção 49.2%, Acidente Vascular Encefálico 5,1% e 13.6% morreram. O tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi de 4 (IQR 3-7) dias e de internação hospitalar 24 (IQR 14-41) dias. Indivíduos com infecção tiveram menor hemoglobina (Hb) pós-operatória (10,03 ± 1,46, p=0,026). Pessoas que permaneceram maior tempo em UTI tiveram menores valores de Hb pós-operatória (9,47 ± 0,96, p<0,001) e os que tiveram maior permanência hospitalar apresentaram menor Hb pré (11,6 ± 2,29, p=0,002) e pós-operatória (9,91±1,66, p=0,009), receberam mais transfusões (63%, p=0,004) e evoluíram com mais infecções (67,9%, p=0,006). Menores níveis de Hb pós-operatória se associaram de forma independente a maior ocorrência de infecção (OR=0,667, IC 0,454-0,98, p=0,039) e a maior permanência em UTI (OR 0,568, IC 0,348-0,928, p=0,024). Transfusão de hemácias (OR12,267, IC 1,232-122,173, p=0,033) se associou à maior permanência hospitalar. Conclusão: Observou-se tempo de internação hospitalar e de UTI aumentados, bem como maiores taxas de infecção na amostra avaliada. Detectamos ainda que menores níveis de Hb e necessidade de hemotransfusão se associaram a maior ocorrência de complicações pós-operatórias. É possível que nossos achados tenham refletido uma maior gravidade dos pacientes operados no período pandêmico.

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