Introdução: A terapia com células-tronco mesenquimais (CTMs) é uma ferramenta promissora para o tratamento de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares. O tecido adiposo é uma rica fonte de CTMs, que exibem propriedades semelhantes às derivadas da medula óssea, mas com vantagens como maior produção de fatores de crescimento e facilidade de extração. A ação terapêutica das CTMs envolve mecanismos parácrinos mediados por citocinas e fatores de crescimento. A fotobiomodulação (FBM), particularmente com diodos emissores de luz (LED), tem sido sugerida para potencializar os efeitos parácrinos das CTMs. No entanto, o impacto da frequência do LED e da duração dos efeitos biológicos nas CTMs ainda não está claro. Métodos: O estudo avaliou a duração dos efeitos do LED em células-tronco derivadas do tecido adiposo (CTMAs) in vitro. CTMAs foram obtidas de ratos (no. 4710050520) e irradiadas com LED a cada 48 horas. Análises de viabilidade celular, secreção de citocinas inflamatórias, fatores de crescimento e marcadores de estresse oxidativo foram realizadas 6, 12, 24, 48 e 72h após o protocolo de irradiação. Os grupos controle foram mantidos no escuro pelo mesmo período. Resultados: A irradiação com LED afetou significativamente a viabilidade celular, com aumento observado após 24h. A secreção de IL-6 e VEGF aumentou após 12 e 24h, enquanto a secreção de IL-10 diminuiu. Os níveis de nitrito, indicativos da liberação de óxido nítrico (NO), aumentaram. Os marcadores de estresse oxidativo permaneceram estáveis.Os achados sugerem que a irradiação com LED melhora a proliferação e a atividade parácrina das CTMAs, com possíveis implicações para a eficácia terapêutica. A maior secreção de IL-6 e VEGF pode contribuir para a reparação tecidual e angiogênese. A liberação de NO após a irradiação apoia ainda mais as respostas celulares benéficas. A irradiação com LED não induziu estresse oxidativo nas CTMAs, sugerindo sua segurança. Conclusão: Achados in vitro sugerem que 24h após a irradiação com LED é o momento ideal para empregar CTMAs para fins terapêuticos, considerando a atividade parácrina e a proliferação aprimoradas observadas neste momento. A irradiação também demonstrou segurança e eficácia para modular a função das CTMAs. Mais estudos são necessários para validar esses achados em configurações clínicas.
Processo FAPESP (#2020/12547-8) e CNPq (#306385/2020-1).