Objetivos: Avaliar pacientes com CMH e verificar a incidência de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) significativa no holter 24 horas e correlacionar com a probabilidade de sobrevida.
Métodos: Coorte retrospectiva de pacientes com o diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica. Analisamos o holter 24 horas dos pacientes para identificar a incidência de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) significativa, que foi definida dentre as TVNS ≥ 10 batimentos e frequência ≥ 130 bpm ou na presença de pelo menos 3 episódios de TVNS, com no mínimo 3 batimentos e frequência ≥ 120 bpm. As variáveis contínuas foram apresentadas com suas médias aritméticas e desvio padrão (DP) e as variáveis categóricas pelo número e proporção. Definimos um nível de significância de 0,05.
Resultados: Incluímos 763 pacientes com CMH, sendo que 53,21% (406 pacientes) eram do sexo masculino. A idade média foi de 52,63 anos ± 16,67 (DP), a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) média foi de 65,99% ± 7,24, a frequência cardíaca média (DP) foi de 70,32 bpm ± 10,98. A presença de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) considerada significativa foi evidenciada em 76 pacientes (9,96%). Avaliamos a relação de TVNS com a idade, tamanho do septo, dose alta ou não de betabloqueador, fibrilação atrial e óbito (Figura 1). A TVNS apresentou relação estatisticamente significante apenas com o óbito, sendo 26,3% nos pacientes com TVNS e 15,9% nos pacientes sem TVNS (p=0,021). (Figura 2)
Conclusões: A taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) significativa foi evidenciada em 9,96% dos casos (76 pacientes), sendo a mortalidade geral maior no grupo com TVNS (26,3% vs 15,9%, P=0,021).